Trabalho Escravo em Montenegro RS






       Jovens encontrados em sistema análogo à escravidão voltam para casa

Depois de cinco meses de sofrimento, um final feliz para a história de dois trabalhadores encontrados, na última semana, em sistema análogo à escravidão em Montenegro. Por meio de denúncias, os jovens de 20 e 28 anos foram encontrados alojados dentro de um contêiner junto a um canteiro de obras no bairro Olaria. Nesta semana, com apoio do Município, eles voltaram para casa, em Pernambuco, onde darão prosseguimento a suas vidas.




O secretário municipal de Habitação, Desenvolvimento Social e Cidadania, Luis Fernando Ferreira, enfatiza que as condições em que os trabalhadores foram resgatados era extremamente precária. “A estrutura em que eles ficaram não tinha isolante térmico e o chuveiro estava queimado”, detalha. Além disso, os trabalhadores não tinham papel higiênico, nem um local adequado para lavar roupas. A SMHAD também identificou irregularidades com os seus pagamentos e falta de Equipamento de Proteção Individual (EPI). “Não havia condições deles permanecerem naquele espaço”, destaca Ferreira. A empresa ainda passará por uma fiscalização para que o caso seja apurado.

Nesta terça-feira (24), Lailson dos Santos Roque e Anderson José Nazário Lima da Silva viajaram para a sua terra natal e receberam todo o apoio necessário do Município. Depois de um contato da Prefeitura, a empresa de construção civil, com sede em Estrela, pagou as contas dos trabalhadores e garantiu rescisão completa e aviso prévio indenizado, além de passagens de volta para casa.

Os dois jovens agradeceram o apoio do Município e enfatizaram as condições em que trabalhavam. “Era mesmo um trabalho escravo”, disse Anderson. Lailson ainda agradeceu o apoio da população, que se manifestou indignada nas redes sociais. “Espero um dia poder voltar aí, com as coisas totalmente diferentes”, destaca.

O secretário da SMHAD acompanhou os jovens até o aeroporto Salgado Filho e enfatizou que é inadmissível que, em 2022, algumas pessoas ainda sejam tratadas desta forma. “Eles não têm de agradecer nada. Nós que temos de pedir desculpas por eles terem sofrido isso dentro da nossa cidade”, afirma. Ferreira ainda destaca que o Município está empenhado em impedir que isso ocorra novamente.
Denúncias podem ser feitas por meio do telefone 3632-3715.