BANCO CENTRAL DO BRASIL

Tarifas bancárias podem representar quase 9% do salário mínimo
Pesquisa do Procon aponta que gastos podem chegar a até R$ 386,98 anuais
Quase 9% do salário mínimo do consumidor brasileiro pode estar sendo gasto com o pagamento de tarifas bancárias. O alerta é da diretora de Estudos e Pesquisas do Procon de São Paulo, Valéria Rodrigues Garcia. Ela disse que a cobrança dessas tarifas, em comparação ao piso salarial é `bastante significativa`.

— Gastar quase 9% do salário mínimo em tarifas bancárias é um valor bastante elevado — afirmou, informando que o cálculo foi feito com base no piso nacional anterior, de R$ 380, e não o atual, de R$ 415.

Segundo o estudo feito anualmente pelo Procon, o pagamento das taxas bancárias pode representar, mensalmente, 8,49% do salário mínimo do trabalhador brasileiro. O órgão comparou o valor cobrado por 10 bancos em relação aos itens mais procurados pelos consumidores, como renovação do cadastro da conta corrente, extratos semanais, saques em terminais eletrônicos e remessa de talões de cheques, entre outros serviços. A pesquisa foi dividida entre o pacote de serviços oferecido pelos bancos e o pagamento avulso de tarifas.

— Nessa comparação com o salário mínimo, verificamos que o valor médio mensal de um pacote de serviços seria de 6,21% do salário mínimo, correspondendo a R$ 23,61, e o de tarifas avulsas, 8,49% por mês, ou seja, R$ 32,25 — apontou a diretora, que disse ainda que a pesquisa revela que a melhor opção para o consumidor seria optar pelo pacote de serviços oferecidos pelos bancos. — Em um ano, a economia de quem utiliza o pacote de serviços ao invés das tarifas avulsas seria de mais de R$ 103. O pacote de serviços sai por um valor médio de R$ 283,36, enquanto que o de tarifas avulsas é de R$ 386,98 — comparou.

A pesquisa mostra também que, dentre os itens comparados, a maior diferença de preço foi constatada no serviço de renovação do cadastro da conta corrente especial: enquanto há bancos que cobram R$ 15 pelo serviço, há outros que chegam a cobrar até R$ 39, uma diferença de 160%. No final de 2007, o Banco Central regulamentou mudanças na forma de cobrança das tarifas e na padronização das nomenclaturas. Entre elas, foi estabelecida a proibição de cobranças de alguns serviços como o fornecimento de cartão de débito, dois extratos e 10 folhas de cheque por mês em caso de conta-corrente. As mudanças entrarão em vigor em 30 de abril.

Fonte: Zero Hora