Mudanças dos hábitos de consumo dos brasileiros
Mais da metade (53%) dos consumidores brasileiros estavam ansiosos com as despesas pessoais, em outubro, percentual maior do que o registrado em setembro (46%). Entre os pesquisados, 54% afirmaram não ter dinheiro sobrando no final do mês após os pagamentos das despesas, revela a pesquisa mensal Global State of the Consumer Tracker, divulgada hoje pela consultoria Deloitte.
O levantamento conduzido nos meses de agosto, setembro e outubro com 1.000 brasileiros também destaca que a disposição do consumidor em adquirir um veículo nos próximos seis meses (35%) foi a menor da série histórica.
Com as finanças pessoais pressionadas, 42% dos entrevistados declararam, em outubro, ter meios para gastar em coisas que lhes trazem alegria, percentual inferior ao verificado no mês anterior (47%). Em setembro, 64% indicaram ter comprado algo para si mesmos. Já em outubro, esse indicador foi de 60%.
Entre os respondentes no país, 27% compraram menos alimentos do que desejam. Mais de um terço (37%) dos entrevistados afirmaram adquirir carnes e cortes de menor custo, enquanto 33% destacaram comprar ingredientes mais baratos.
O estudo da Deloitte mostra ainda que 56% dos entrevistados não utilizam serviços de delivery e que 37% optaram por consumir alimentos frescos em substituição aos alimentos processados.
Outro relatório divulgado este mês, o Consumer Insights, da Kantar, mostra que os brasileiros racionalizaram as refeições principais do dia e aumentaram a frequência de lanches após o jantar.
A pesquisa trimestral, que contempla 11.300 lares brasileiros de todas as regiões e classes sociais, revelou que o consumo de marmitas cresceu 12,3% com a volta à rotina de trabalho e às atividades sociais fora do lar.
Segundo a Kantar, muitas das mudanças de hábitos verificadas nesse ano foram puxadas pela indulgência atrelada à simplicidade no preparo e baixo custo.
A pesquisa compara os intervalos de outubro de 2021 a setembro de 2022 com o período de outubro de 2020 a setembro de 2021.
As categorias com aumento de consumo durante o almoço foram massas frescas (alta de 0,9%), salsicha (0,3%), hambúrguer (0,3%), lanche pronto (0,3%) e batata congelada (0,3%). Por outro lado, houve queda nas compras de óleos (-7,9%), legumes (-22,3%), carne bovina (-4,2%), ervas e especiarias (-19,1%) e arroz (-7%).
O brasileiro também passou a optar por menos categorias à mesa no café da manhã. Os itens à mesa reduziram em 6,2% no último ano. Nesse cenário houve aumento no consumo de margarina (11%), mortadela (58,4%), iogurte (53,4%), leite em pó (18,9) e pão artesanal (61,8%). Já os itens leite UHT (-7,6%), pão industrializado (-14,2%), requeijão (-3,2%), biscoitos (-3,1%) e torradas (-2,4%) perderam espaço.
Outro recorte do Consumer Insights mostra que o brasileiro vem fazendo escolhas mais racionais na hora de comprar produtos de limpeza do lar, que tiveram um aumento médio de preço em 12,5% este ano em relação a 2021.
As vendas totais de itens de limpeza para casa aumentaram 4% nos últimos 12 meses terminados em setembro deste ano versus o ano móvel anterior e o gasto com a cesta aumentou 12%. As marcas econômicas registraram aumento de mais 8,5% em volume de vendas.
As categorias de limpeza que apresentaram maior aumento em unidades vendidas este ano foram limpador brilho (15%), amaciante (5%) e limpador sanitário (4%), enquanto as que mais perderam em volume vendido foram alvejante sem cloro (-14%), produtos de limpeza pesada (-14%) e desengordurante de cozinha (-11%).
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