Restauração do antigo prédio da Aripê na Rua Beira Rio

 



Restauração do antigo prédio da Aripê na Rua Beira Rio



Um entrave para se restaurar o prédio em conformidade com seu estado original, seria a colocação do mesmo tipo de telhado


Renovada disposição na busca de alternativas para concretizar o projeto de restaurar o antigo prédio da Aripê. Resultado do encontro promovido quinta (18) pelo vereador Gustavo Oliveira (PP), na Câmara. Além de Gustavo, participaram os vereadores Juarez Vieira da Silva (PTB) e Ari Arnaldo Müller (PP), Pedro Schneider, presidente da Ecocitrus, o Diretor de Turismo Jaime Büttenbender, Waldir Kleber, secretário da SMIC, o Arquiteto Alexandre Franckzak, autor do projeto de revitalização do prédio, e o secretário Edson E. Machado, da SMOP.

“É um prédio histórico do nosso município, que está se deteriorando cada vez mais”, lamenta o vereador Gustavo. Conta que desde 2012, tramita na Prefeitura um processo referente à revitalização. “Já promovemos mais de uma reunião sobre este assunto. Acredito que é possível conseguirmos que seja revitalizado, é preciso haver vontade de todos. O prédio poderia abrigar estabelecimentos de qualquer tipo, desde que houvesse sua sustentabilidade, sem necessitar colocação de verbas públicas”.

O Arquiteto Alexandre Franckzak conta que os primeiros passos ocorreram em 2012 quando, a pedido da Ecocitrus elaborou um estudo técnico, pois o telhado do prédio, então ocupado pela cooperativa, estava caindo. “Na atualidade, fiz uma alteração no projeto. Mudei o uso do prédio, o dividi em três estabelecimentos: um maior, na frente, voltado à área de alimentação, ligado ao Rio, e mais dois espaços multiuso: um poderia ser o museu da citricultura, outro também da área da alimentação ou uma dependência a ser usada pela prefeitura”. Alexandre ressalta que houve uma alteração no projeto original, pois o pensamento, inicialmente, era de o espaço ser a sede da Ecocitrus.

Vinculado à agricultura

O vereador Gustavo observa: a Lei que autorizou a doação do prédio do Governo do Estado para o Município determinava sua utilização para atividade vinculada à agricultura. Conforme Ernesto Kasper, da SMDR, o histórico do espaço aponta que a sua origem está relacionada à agricultura, através da Secretaria de Agricultura do Estado, sendo que seu repasse ao Município estaria condicionado à mesma modalidade de uso, ou seja, a manutenção do vínculo com a agricultura. “O ideal seria que fossem colocadas no prédio, pelo menos, duas empresas que custeassem a obra, o utilizassem e garantissem sua sustentação, e que também houvesse um terceiro espaço, vinculado à história da citricultura ou da agricultura, sendo que as alterações efetuadas no projeto original pelo arquiteto que o elaborou teriam esta finalidade”.

Segundo o Arquiteto Franckzak, um entrave para se restaurar o prédio em conformidade com seu estado original, seria a colocação do mesmo tipo de telhado, pois havia toda uma estrutura de madeira, de alto custo e difícil de ser refeita, não havendo profissional com disposição para realizar o serviço, tendo que ser a colocação do telhado, por exemplo, toda à base de encaixe. “Minha proposta naquela ocasião e agora, é de se fazer aquela estrutura com o mesmo caimento, com o mesmo desenho, mas com materiais que são usados atualmente, caso do metal, com o que seu custo diminuiria incrivelmente. Todo o desenho do prédio permanece igual, só o material do telhado que é alterado”. Com relação a este ponto, o vereador Gustavo aponta que o telhado se trata da principal questão envolvendo o prédio, pois primeiramente haveria sua colocação, e na sequência se definiria as atividades em seu interior. “Sem telhado, ficaria inviável qualquer restauração”, sublinha.

A proposta do secretário Edson E. Machado, da SMOP, seria o envolvimento de empresas visando auxiliar na restauração da obra, a qual estima que o custo facilmente passasse de um milhão de reais. Diz que é preciso verificar se existe disponibilidade deste recurso no Executivo, se esta seria uma prioridade agora, o prefeito é que poderia confirmar, e se existem outras prioridades não teria como, neste exato momento, colocar este recurso na obra, não que ela não seja importante, ressalvando que sua atuação é na parte técnica. O secretário parabenizou o arquiteto Franckzak, pela doação do projeto, destacando que concretizá-lo envolve, além da questão arquitetônica, a posterior confecção dos projetos elétrico, estrutural, hidro sanitário, além de outros, assim como o Memorial Descritivo e as planilhas orçamentárias, para que possa se abrir a licitação para a obra, há todo um processo relacionado ao projeto.

Chamamento Público

“No primeiro momento, teria que se ter um valor estimado”, aponta o secretário. “A reunião é justamente para isto: apresentar-se o projeto do Arquiteto Franckzak, para termos uma visão de como ficariam as instalações, e de que forma poderíamos fazer um cálculo do custo de uma revitalização básica, contemplando o telhado e a reestruturação do espaço interno. Obtendo-se este valor, ficaria mais fácil obter os recursos necessários. Minha ideia seria fazer-se um Chamamento Público, para verificar se existem empresas interessadas em ocupar aqueles espaços, e em troca de sua ocupação por determinado tempo, o vencedor do Chamamento custearia a obra. Este seria um caminho muito mais fácil do que a obtenção de recursos públicos.

O vice-prefeito Cristiano Braatz (MDB) comentou que quando vereador, também teve interesse em promover discussões sobre o assunto, lembrando que como a Prefeitura pretende revitalizar toda a orla do Porto das Laranjeiras, isto incluiria o prédio. “É de nosso interesse tratar este assunto como uma de nossas prioridades, sempre em consonância com o Patrimônio Histórico”, tendo a concordância da secretária do Movimento de Preservação do Patrimônio Histórico de Montenegro (MPPHM), Maria Soledad Vidal Rodrigues, lembrando que se forem observados os casos das cidades que preservam seu patrimônio, se consegue, com esta cultura, trazer pessoas para estas cidades, para o turismo, investimentos, seja o que for. “O Mundo inteiro está recuperando seus bens antigos, e temos aqui na cidade alguns muito bonitos, que estão sendo jogados abaixo, os quais poderiam servir para o turismo e outras finalidades, até para o setor da alimentação. Se verificarmos países de tradição histórico há prédios do ano de 1500, que estão funcionando e que não caíram. O problema é não deixar cair.

“O problema é que o prédio está caindo”, lamenta Gustavo, acrescentando que se trata de algo que pode se transformar num problema muito maior para o Município. “Temos que tentar agilizar este processo”, ressalta. “Que não se perca este prédio, situado num local privilegiado, na beira do nosso maior patrimônio, que é o Rio Caí. È importante tentarmos encaminhar alguma solução”.