Ioga caminho para o equilíbrio

 




Ioga caminho para o equilíbrio 



Após mais de um ano de pandemia, a atenção à saúde mental ganhou espaço e a busca por alternativas aumentou, para minimizar sintomas como estresse, ansiedade, cansaço e solidão. O ioga entra em cena neste momento como uma prática não apenas para o corpo, mas para a mente, que pode ser feito em casa, com as orientações corretas.

No programa Caminhos da Reportagem  o assunto foi essa prática milenar, que tem uma data especial: 21 de junho, em que é comemorado o Dia Internacional do Ioga. A data foi oficializada pela Organização das Nações Unidas em 2014. 

Com o isolamento social, a aposentada Renata Varella teve que parar de praticar karatê, aikidô e equitação. Por isso, resolveu dar uma chance ao ioga, o que já tinha tentado fazer quando era mais nova. "Eu sou de artes marciais, então quando fiz ioga achei chato e parei, só retomei agora", conta. Com aplicativos de celular e plataformas na internet, Renata começou a praticar e logo percebeu os benefícios. "Fiquei mais elástica, mais calma, faço exercícios de respiração e isso me ajuda, por exemplo, a montar a cavalo".

Durante a pandemia, a professora brasileira de ioga Pri Leitte, que mora nos Estados Unidos, viu um aumento estrondoso nas buscas por suas aulas na internet, que já ultrapassam 42 milhões de visualizações. "A prática de ioga é bastante acolhedora, pode ser feita por qualquer idade, independentemente de gênero, flexibilidade ou de quanto você pesa", explica. Pri Leitte mostrou isso ao ficar grávida nesse período e continuar as aulas até o último mês de gestação.

A autora do blog Cadeira Voadora, Laura Martins, é cadeirante e praticante de ioga há 25 anos. Desde a primeira vez em que procurou uma professora, não houve nenhum impedimento para que praticasse. "Simplesmente, a professora foi me passando os exercícios, me conhecendo para ver o que podia fazer e a gente foi se aperfeiçoando", conta. O atual professor de Laura, Thiago Anício, explica que as posturas são adaptadas e, por isso, são possíveis a todas as pessoas. "O aluno coloca suas limitações, seus desejos e possibilidades, e o professor interpreta e adapta a aula para aquele corpo, para aquela necessidade", afirma.

Na escola Mafagafo, em Brasília, a prática do ioga foi levada para crianças a partir de um ano e meio de idade. A professora Nambir Kaur conta que as aulas exigem uma preparação maior para entrar no universo lúdico infantil. Mas o retorno é recompensador. "Uma mãe me contou que estava nervosa e numa situação de tensão, quando a filha de 2 anos falou: 'mamãe, respira!' ".

O ioga se popularizou no mundo ocidental a partir do movimento hippie, nos anos 60. Anos depois, o professor de Educação Física e especialista em ioga Marcos Rojo teve contato com a prática, ainda na faculdade. Fez diversos cursos na Índia e, já no Brasil, montou, com outros professores, o primeiro curso de especialização em ioga numa universidade brasileira. Ele afirma que a prática no Ocidente tem muita ligação com a parte física: "o ioga não está nem um pouco preocupado se você tem habilidades de plantar bananeira, se seu pé encosta na orelha; o ioga quer fazer do corpo uma ferramenta para o caminho espiritual", explica.

A íntegra do Caminhos da Reportagem fica disponível no site do programa.


Edição: Graça Adjuto