1º de Maio ganhou força no Brasil com Getulio Vargas


O Dia do Trabalho, comemorado no dia 1º de Maio, vai completar 87 anos no Brasil neste ano. Oficializado no país em 1924 no governo de Artur Bernardes, a data ganhou força com Getulio Vargas, que entrou no governo em 1930, após a Revolução daquele ano.

Vargas passou a aproveitar o feriado de 1º de Maio para anunciar medidas que beneficiavam os trabalhadores, o que o ajudava a ganhar popularidade entre os empregados.

Em 1940, Vargas aproveitou a data de 1º de Maio para anunciar a criação do salário mínimo. O comunicado foi feito no estádio do Vasco da Gama, no Rio de Janeiro, para cerca de 40 mil pessoas. O piso salarial serviria para bancar, todos os meses, os gastos de uma família de quatro pessoas com alimentação, habitação, roupas, higiene pessoal e transporte.

Mais tarde, em 1943, Vargas usaria de novo a data para anunciar medidas a favor dos trabalhadores. Naquele 1º de maio, o governante criou a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), um conjunto de normas que regulamenta as relações de trabalhistas entre patrões e empregados até hoje.

Origem do 1º de Maio

O Dia do Trabalho, que vai completar 125 anos em 2011, teve origem na cidade de Chicago, nos Estados Unidos, em 1886, quando estourou uma série de revoltas e protestos reivindicando, entre outros pontos, a redução da jornada de trabalho de 13 horas para oito horas diárias.

Neste dia, houve uma greve generalizada dos trabalhadores em todo o país. Dois dias depois, os funcionários da fábrica McCormick Reaper Works fizeram uma paralisação. A polícia foi chamada para conter o protesto, o que gerou enfrentamentos com os trabalhadores.

No dia 4 de maio, durante outro conflito entre polícia e trabalhadores na Haymarket Square, uma bomba, cujo autor não foi identificado, explodiu em meio aos policiais e deixou um morto e algumas pessoas feridas.

Em seguida, houve uma troca de tiros e, no fim do confronto, sete policiais morreram - o número de trabalhadores mortos até hoje é indeterminado, segundo a CHS (sigla em inglês para Sociedade Histórica de Chicago).

Os protestos e paralisações eram organizados por movimentos de esquerda, e a pressão política e a repercussão do caso na imprensa à época levaram à prisão de oito líderes dos trabalhadores em Chicago. Segundo a CHS, eles eram ligados a movimentos anarquistas.

Esses empregados foram julgados culpados e condenados à morte por enforcamento, embora não tenham sido encontradas provas que os ligassem aos atentados a bomba. Apenas um líder dos trabalhadores escapou da morte: Oscar Neebe, que pegou 15 anos de prisão.

Depois dos combates em território americano, o 1º de Maio foi escolhido como o Dia do Trabalho em um congresso socialista em Paris, realizado em 1889. O encontro foi realizado para homenagear os líderes executados nos EUA e aos trabalhadores que morreram nas manifestações.

Mais tarde, em abril de 1919, o senado francês aprovou a redução da jornada de trabalho para oito horas e o 1° de Maio se tornou um feriado nacional. 
 
 
Fonte: R7