O BRASIL DOS NOBRES E DOS PLEBEUS



Era de se pensar que, com a proclamação da República no Brasil, em 1889, pondo fim à monarquia imperial, seria também o fim da casta de pessoas conhecidas como "nobres" por terem parentesco com a família imperial ou por ostentarem título de nobreza outorgados pelo império. Estes nobres tinham mordomias e direitos muito diferenciados em relação ao resto dos membros da população, conhecidos como "plebeus".

Pois bem, não se fala mais hoje em dia sobre nobres e plebeus, já que agora somos uma república federativa e presidencialista com seus governantes eleitos pelo povo. 

 Pelo menos na teoria, somos todos iguais e com os mesmos direitos de cidadãos.
Mas quando o ministro da Economia nos afirma, sem contestações que a aposentadoria média dos funcionários do legislativo federal é mais de vinte vezes superior à aposentadoria média do trabalhador comum, temos a impressão de que o sistema de nobreza não se extinguiu de fato no Brasil.

 Da mesma forma, quando os Ministros do Supremo Tribunal Superior se auto aprovam a disponibilidade de refeições finíssimas regadas a bebidas obrigatoriamente distinguidas por premiações internacionais, temos a mesma sensação.

Outro costume imperial que não se extinguiu com a proclamação da República é a mistura que os funcionários de alta patente do governo fazem da coisa pública com o seu caixa particular, enriquecendo com a cobrança em espécie sobre favores que os seus cargos permitem prestar aos interessados.

Isso nos mostra que 130 anos após a extinção da monarquia ainda somos, na prática, classificados como nobres ou plebeus, sendo os nobres aqueles que possuem benefícios diferenciados, bancados por dinheiro público, de forma legal, como os ministros do STF, ou ilegal, como aqueles que a operação Lava Jato vem nos apontando.

Os plebeus somos nós que trabalhamos, produzimos e pagamos impostos exorbitantes para que os nobres possam se locupletar.

Da proclamação de República para cá passamos pelas mais diversas ideologias no governo, chamadas de esquerda, centro ou direita. Nenhuma delas, porém, acabou com esta situação, o que nos faz pensar que a existência de nobres e plebeus é inevitável no nosso país.

Bom para os nobres. Péssimo para os plebeus.

Saudações cooperativistas !


Pedro Maia, presidente da CERTAJA Desenvolvimento


FONTE:

Informativo Certajano, veículo funcional da Cooperativa CERTAJA