Conserto do Porto das Laranjeiras depende de verbas da União



Pontos críticos de desabamento no Cais: conserto depende de verbas da União

Na Câmara, técnicos destacaram a necessidade de um estudo técnico, para subsidiar um projeto de reestruturação global do Porto das Laranjeiras. Incluiria a revitalização de toda a orla do Rio Caí, e manter-se em bom estado o talude de contenção. Concretizar depende, prioritariamente, de recursos do governo federal.

Temas discutidos em encontro na Câmara, promovido pelo vereador Felipe Kinn da Silva (MDB) – “Joa”, na manhã de quarta (05). O objetivo era tratar o tema em conjunto com legisladores e técnicos do Executivo. Participaram os Vereadores Juarez Vieira da Silva (PTB) e Valdeci Alves de Castro (PSB), assessores e Secretários da Prefeitura, que explicaram as ações desenvolvidas pela Administração, de revitalizar a orla, e as intervenções estruturais no talude.

O vereador Felipe frisou que a reunião seria importante para o esclarecimento de medidas tomadas pela Prefeitura, visando manter, recuperar e embelezar o Cais do Porto: “O Porto das Laranjeiras é frequentado ativamente pelos cidadãos montenegrinos, que se reúnem aos finais de semana, e merecem um espaço adequado e agradável de convívio”.

Com o uso de slides, o Engenheiro Daniel Vargas apresentou o mapeamento de diversos pontos do Porto das Laranjeiras, detalhando a situação de cada um. Revelou que os pontos mais críticos estão situados em frente ao antigo Frigorífico Renner, cujo talude rompeu no final de 2017, e diante da pizzaria Du Cais, em que a calçada apresenta fissuras, correndo grave risco de desmoronamento.

Estudo de batimetria

“Não temos como dimensionar a gravidade da situação, pois, para isso, seria necessário um estudo de batimetria”, destacou. Essa técnica de análise, por meio de sensor que determina a topografia do leito, permitiria verificar se houve e o grau de deslocamento das pedras do talude.
Especificamente sobre o ponto em frente ao Frigorífico, explicou que, antes do rompimento do talude, a Prefeitura já vinha monitorando aquele trecho. De acordo com o Engenheiro, um projeto de prevenção foi cadastrado no Ministério da Integração Nacional, buscando recursos para intervenções estruturais, que poderiam ter evitado o rompimento. Na época, as obras de reparação estavam orçadas em um milhão de reais.
Atualmente, o governo federal estabeleceu uma política de contingenciamento de recursos para esse tipo de intervenções, liberando verbas apenas para obras de recuperação de danos já ocorridos. “Não temos como interferir nas políticas do governo federal. O que estamos fazendo é buscar recursos que possibilitem essas obras”, ponderou o Chefe de Gabinete, Rafael Riffel.
Daniel esclareceu que os dois pontos em que se deram os rompimentos do talude foram ocasionados por deslocamentos de tubulações de drenagem pluvial. A água teria infiltrado no solo, provocando a erosão da região. Quanto ao trecho próximo à esquina com a Rua Cel. Apolinário de Moraes, o Engenheiro falou que a estrutura do talude não foi comprometida e que, se o tempo contribuir, em aproximadamente dez dias ele será recuperado. 
Com relação ao projeto de revitalização da orla do Cais do Porto, em frente ao prédio da Câmara de Vereadores, o Arquiteto Alessandro Ribeiro explicou que foram realizadas diversas visitas técnicas de vistoria. Ao final, constatou-se que não há problemas estruturais nesse trecho, de modo a demandar uma intervenção por parte do Poder Público.
"A revitalização atingirá apenas a orla, não envolvendo propriamente o Cais, que possui uma estrutura muito robusta", afirmou. As obras, financiadas por verbas obtidas através do Ministério do Turismo, visam realizar melhorias na orla, não podendo ser utilizadas para outras finalidades, como obras de estruturação do talude.
Explicou que a revitalização tem por fim proporcionar um melhor espaço de convívio para a comunidade, contemplando a ampliação do passeio público, incremento da iluminação, colocação de bancos, faixa de pedestres elevada, sem impacto sobre o Cais do Porto. "Estamos seguros quanto à situação estrutural do Cais. Não haverá aumento de carga sobre sua base. Não vamos botar dinheiro fora", ressaltou Alessandro.
Daniel fez uma analogia com a reforma de um imóvel: "Você ganha recursos da Caixa para fazer o muro da sua casa. Nesse meio tempo, um vendaval a destelha e a Caixa nega a utilização do dinheiro para arrumar o telhado. Você vai deixar de usar a verba para construir o muro?". Os profissionais destacaram a necessidade de um estudo técnico para realização de macro revitalização global do Porto das Laranjeiras, incluindo aí a revitalização de toda a orla do Rio Caí, bem como manutenção do talude de contenção, mas que isso dependeria, prioritariamente, de recursos da União.
Manifestaram que os projetos e demais relatórios técnicos já estão cadastrados nos respectivos ministérios, aguardando a liberação dos recursos. Entretanto, asseguraram que as possíveis obras não seguirão o modelo implementado pela gestão passada. “Além de estarem sob um processo de investigação, elas descaracterizam o Cais, que é tombado como patrimônio histórico”, ponderou Daniel.
O Vereador Valdeci sugeriu um estudo quanto à viabilidade de proibir o trânsito de veículos pesados nos trechos mais críticos. O Secretário de Obras Públicas, Ronaldo Buss, explicou que essa demanda já está sendo estudada, principalmente no que se refere ao impacto à população que depende do transporte público coletivo.
 O vereador Felipe agradeceu e colocou seu gabinete à disposição, na busca por recursos.