Referências Negras em Montenegro



Cerimônia homenageia Referências Negras em Montenegro

Com o objetivo de resgatar e divulgar a história dos negros do Vale do Caí, suas culturas, origens e tradições, valorizando personagens, monumentos e peculiaridades, ocorreu na noite de terça-feira (21) a cerimônia de entrega dos certificados de Referências Negras Montenegro 2018, parte integrante do Projeto Resgate do Negro no Vale do Caí. O Projeto tem como ponto de partida o documentário Negro do Vale do Caí, do professor Roberto dos Santos.

O ato, realizado pela CUFA (Central Única das Favelas), liderada em Montenegro pelo jornalista Rogério Santos, e com o apoio da Administração Municipal, homenageou cinco personalidades negras do município e três entidades voltadas à cultura e tradições negras.

Os homenageados desta edição do Referências Negras Montenegro foram:

- Vera Lopes, Assistente Social e Coordenadora Geral do CRAS;

- Alfredo Jacintho Rosa, falecido em 1985, foi responsável pela organização do estatuto social da Sociedade Floresta em 1950;

- Clori Ferraz da Conceição, atuante em vários movimentos sociais e Presidente da Sociedade Floresta Montenegrina durante 10 anos;

- José Pedro Costa Gonçalves, falecido em 1981, serviu o Exército em Cruz Alta e ingressou na Rede Ferroviária Federal trabalhando como foguista nas máquinas de trem, também trabalhava pelo menos favorecidos;

- Maria Laurecy da Silva Ferreira, falecida em 1988, foi coordenadora do grupo de mulheres da Sociedade Floresta onde realizava ações para ajudar a sociedade e a membros que necessitavam;

- COMPAZ – Comunidade Kilombola Morada da Paz, é uma Comunidade Kilombola Espiritual, Ecológica, Sustentável, fundada em 2003 por mulheres e homens que migraram da região metropolitana de Porto Alegre para a área rural do Distrito de Vendinha, realiza um trabalho de recuperação da sabedoria ancestral africana e afro-brasileira;

- Associação Floresta Montenegrina, fundada em 28 de setembro de 1916, surgiu como clube social para negros que eram impedidos de frequentar outros clubes do município, tendo nos bailes e festas uma das principais atividades de divertimento para seus sócios, além de um espaço de cultura e de produção de conhecimento.

- Salão 13 de Maio era o clube social da comunidade negra caiense. Na data de 13 de maio, sempre havia uma festa que era conhecida como baile dos negros. A comunidade negra precisava ter o seu clube porque o ingresso em clubes como o Aliança era mal vista. Não havia uma proibição formal ao ingresso dos negros, mas eles não se sentiam bem naquele ambiente.

Durante o ato, o Prefeito Kadu Müller destacou a importância do Projeto e as homenagens realizadas. “É muito importante fundamental refletirmos sobre a posição dos negros na nossa sociedade, já que sofrem preconceito até hoje, além de terem sua imagem ofuscada na maioria dos lugares. A contribuição do negro para a construção do nosso país é tão importante quanto a de cada cidadão, e valorizar todas as culturas é entender o que cada uma delas nos traz” – disse.

Foto: ACOM