Superlotação no Pronto Atendimento do Hospital Montenegro


A Câmara Municipal, preocupada com crescentes queixas quanto à superlotação no Pronto Atendimento do Hospital Montenegro, atendendo Requerimento do Vereador Juarez da Silva (PTB), que teve o apoio de mais seis Vereadores, realizou reunião na manhã de segunda (12), com a presença do corpo técnico da Prefeitura e do HM.

Além de questões sobre o PA no Hospital, abordado o atendimento na rede de saúde do Município. 

O debate se concentrou entre o Secretário da Saúde, Luís Carlos de Azeredo e o Diretor Administrativo do Hospital Montenegro, Carlos Batista da Silveira, com momentos em que chegou a um tom mais elevado. De um lado, o Secretário Luís de Azeredo admitiu os problemas em alguns postos de saúde, garantindo que medidas já estão sendo tomadas no sentido de desafogar o atendimento no Hospital Montenegro. “Temos um Conselho Gestor na Saúde e, em conjunto, entendemos pelo retorno do atendimento médico até às 22h, na Secretaria da Saúde, através da Unidade Básica Ampliada (UBA)”.
Segundo os números apresentados, nestes primeiros dias de atendimento na UBA, foram 49 pacientes por dia. O Município disponibiliza mensalmente 9.803 consultas para a comunidade. O Secretário fez questão de salientar que existe contrato assinado entre a Prefeitura e o Hospital Montenegro para o Pronto Atendimento, no valor de R$ 358.581,37, para atender em tempo integral. 

Prosseguindo para justificar as melhorias, Luis contou que a Unidade Básica do Bairro Santo Antônio terá o acréscimo de mais 20 consultas médicas através da empresa contratada e ainda a permanência de um médico em tempo integral, do quadro de carreira do Município. “Reconheço que ainda temos problemas, e estamos trabalhando para resolvê-los”, conclui. O presidente da Câmara, Vereador Neri Pena - “Cabelo” perguntou quantos médicos estão atendendo. O Secretário respondeu: sete do quadro de carreira e 23 da empresa contratada. 
“Trancaria as portas”

O Secretário da Fazenda, Nestor Bernardes admitiu que existisse um atraso no pagamento do Hospital Montenegro, no valor aproximado de R$ 600 mil, referente aos meses de abril e maio. O Vereador Joel Kerber (PP) quis saber quais postos de saúde estão fechados. Azeredo disse que o único é o Centenário. 

Assim que ouviu as colocações dos representantes da Administração, Cabelo passou a palavra para o Diretor administrativo do HM. “Saúde não é só dinheiro”: frase de abertura do Diretor Carlos Batista da Silveira, que prosseguiu dizendo que se o Hospital Montenegro não fosse parceiro da Prefeitura, “trancarias as portas”, uma vez que a lotação na Urgência e Emergência tem capacidade instalada. Completando, disse que o HM está atendendo no limite máximo. 

Batista comentou que não iria entrar no mérito quanto à resolutividade da UBA instalada na Secretaria da Saúde. Explicou que a população vai ter que entender que existe uma classificação de risco, método utilizado por todos os hospitais. Antes de passar para o Diretor Técnico do Hospital, o médico Fabrício Fonseca, Batista disse que está mais do que na hora do Município pensar na criação de um Pronto Atendimento, o HM não tem mais condições de atender. “Em maio atendemos mais de 2.680 pacientes classificados na cor azul e verde, ou seja, sem risco, que deveriam estar sendo atendidos nos Postos de Saúde”, aponta. 
O médico e Diretor Técnico, Fabrício Fonseca, explicou que a capacidade instalada para 24h, em termos de emergência, é de até 150 pacientes, e não se trata de uma questão financeira. Fonseca defende que a prioridade é a urgência e emergência, e que os pacientes com menor gravidade (classificados nas cores verde e azul) precisam aguardar. 

Estratégia de resolutividade

O médico defende a necessidade de o Município ter uma estratégia de resolutividade. Citou como exemplo o caso dos pacientes hoje internados, os quais após terem alta necessitam que prossiga seu atendimento, sendo que este deveria ser realizado pela Administração Municipal. Quando Azeredo cobrou quanto ao contrato assinado entre o Município e o Hospital, de imediato Carlos Batista garantiu que estão sendo cumpridos todos os seus itens, afirmando que a Administração pode ir ao HM, fazer uma fiscalização. Azeredo respondeu: “vamos ir, sem avisar”. 

Batista deixou claro que todos os pacientes que forem atendidos na Secretaria de Saúde, na UBA, e forem encaminhados ao HM terão que passar pelo sistema de classificação. No final, Carlos Batista sugeriu que ocorra um novo encontro em 60 dias, para nova avaliação. 

O contrato entre a Prefeitura e o Hospital Montenegro está vencendo em 31 de agosto de 2017. O Secretário Azeredo afirmou que este assunto vem sendo trabalhado junto ao Conselho Gestor. 

O Vereador proponente, Juarez da Silva, encerrou defendendo que é preciso encontrar medidas quanto a esta questão da superlotação no HM, e também com referência ao atendimento básico por parte da Administração. “O melhor seria que o Município fizesse esse trabalho de Pronto Atendimento?”, perguntou o Vereador. Batista reforçou que a Prefeitura precisa se preparar para atender esta demanda da população. 

Batista ainda mostrou uma foto do Pronto Atendimento no HM lotado no momento em que transcorria a reunião na Câmara.