Lei que permite a presença de doulas em maternidades



A Câmara Municipal de São Paulo aprovou projeto de lei que permite a presença de doulas em maternidades municipais e hospitais privados contratados pelo município. A proposta da vereadora Juliana Cardoso (PT) segue agora para sanção do prefeito Fernando Haddad.

As doulas são profissionais que oferecem apoio emocional e conforto físico às gestantes. Com o projeto, elas ficam autorizadas a permanecer com as futuras mamães durante consultas, exames pré-natal, pré-parto, parto e pós-parto imediato, com seus instrumentos de trabalho.

Daniela de Almeida Andretto, presidenta da Associação de Doulas do Estado de São Paulo (Adosp), disse que a vitória com a aprovação da lei não será da doula, mas da mulher. Ela explica que, diferente da gestante com situação financeira mais favorecida, com privilégios como escolha de um bom médico e um bom hospital, a mulher pobre é a que será mais beneficiada pela presença da doula.Se o projeto for sancionado, a gestante ganhará o direito a entrar na sala de parto com a sua doula e também com um acompanhante. A doula, no entanto, não pode fazer procedimentos e dar diagnósticos restritos aos profissionais de saúde, mesmo se ela tiver formação na área.

“Se a gente pensar nas mulheres que vão a um hospital público que, muitas vezes, é a única opção dela, a presença da doula favorece a questão da saúde para ela. A gente está falando de um projeto que não tem a ver só com deixar ou não a doula entrar. Tem a ver com melhorar a saúde materna”, afirma Daniela.

A presidenta da Adosp explica que o acompanhamento da doula tem melhorado os índices de saúde pública, como redução da analgesia, redução do tempo de trabalho de parto e aumento da satisfação com a experiência do parto. “É um bem para a saúde pública”, ressalta.

O curso de doulas tem duração de 36 a 40 horas e trata de aspectos como fisiologia de parto, controle emocional e bem-estar. A principal escola de doulas de São Paulo já formou 12 mil alunos.
Edição: Amanda Cieglinski