Histórico do Horário de Verão





A primeira menção à ideia de adiantar os relógios para aproveitar melhor as horas de sol foi lançada em 1784 pelo político e inventor americano Benjamin Franklin, isso quando ainda não existia luz elétrica. Mas sua ideia não recebeu qualquer receptividade, quer dos governos, quer da sociedade científica, mesmo após ele publicar um artigo (“An Economical Project for Diminishing the Cost of Light” — para o Journal de Paris, em 1784) sobre a possível economia em cera de vela que seria gerada caso a medida fosse adotada . É importante notar que Franklin apenas sugeriu que as pessoas acordassem mais cedo no verão – sem, no entanto, mencionar mudanças na hora oficial.

Ele partiu da observação de que, durante parte do ano, nos meses de verão, o sol nascia antes que a maioria das pessoas se levantasse, e concluiu que a luz do dia poderia ser mais bem aproveitada , assim, a maioria da população passaria a acordar, trabalhar e estudar em consonância com a luz do sol, e com isso não se consumiriam tantas velas nas fábricas e residências daquela época. A ideia, na época, não chegou a sair do papel.

É interessante perceber que o sistema de fusos horários somente foi introduzido apenas em 1883 (99 anos depois da ideia de Benjamin Franklin) na Inglaterra devido à necessidade de se padronizar os horários de trens que cruzavam o país. Até então as grande cidades mantinham seu padrão horário baseado no movimento dos astros e estabeleciam o horário a ser seguido na região.

Logo no ano seguinte houve uma padronização internacional de horários estabelecendo os fusos horários em vigor até hoje .

Aquela que pode ser considerada como a primeira proposta oficial da criação do horário de verão só apareceu mais de um século depois, em 1895. O autor dessa proposta foi George Vernon Hudson, um entomologista neozelandês que, enquanto fazia as suas pesquisas, se apercebeu do valor da luz do dia no seu trabalho, que era examinar o comportamento dos insetos.

Dois anos depois, em 1898, Hudson voltou à carga publicando mais uma pesquisa que iria apoiar as suas reivindicações sobre o horário de Verão.

Mais tarde, em 1907, William Willett, da Sociedade Astronômica Real tentou persuadir, sem sucesso, a sociedade britânica a adotar a prática. Ele deu início a uma campanha que propunha alterar os relógios no verão para reduzir o que classificava de "desperdício de luz diurna". O jovem Winston Churchill apoiou a teoria de Willett, mas ela não chegou ser aprovada. Willett morreu em 1915, um ano antes de a Alemanha, durante a Primeira Guerra Mundial, adotar sua tese como medida para economizar carvão, e tornar-se, assim, o primeiro país no mundo a implantar o horário de verão, no dia 30 de Abril de 1916. Logo depois da Alemanha, o império Austro-Húngaro abraçou a ideia. O Reino Unido e a França anunciaram poucos dias depois a mesma decisão.

Embora atualmente muitos países façam uso dessa prática (ou tenham feito há algum tempo atrás), críticos do horário de verão alegam que a medida afeta o chamado relógio biológico das pessoas, principalmente das mais velhas, com prejuízos à saúde.
Conceito

O horário de verão contribui para reduzir o consumo de energia, mas a medida só funciona nas regiões distantes da linha do equador, porque nesta estação os dias se tornam mais longos e as noites mais curtas. Porém nas regiões próximas ao equador, como a maior parte do Brasil, os dias e as noites têm duração igual ao longo do ano e a implantação do horário de verão nesses locais, traz pouco ou nenhum proveito.

Contudo, seu maior efeito é diluir o horário de pico, evitando assim uma sobrecarga do sistema energético. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), "O Horário de Verão tem como objetivo principal a redução da demanda máxima do Sistema Interligado Nacional no período de ponta. Isso é possível, pelo fato da parcela de carga referente à iluminação ser acionada mais tarde, que normalmente o seria, motivada pelo adiantamento do horário brasileiro em 1 hora.

O efeito provocado é de não haver a coincidência da entrada da iluminação, com o consumo existente ao longo do dia do comércio e da indústria, cujo montante se reduz após as 18 horas."


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