Um café, um bolo e um clima de cortesia marcaram um encontro realizado na última quarta-feira, 17 de junho, na Cúria da Diocese de Montenegro, entre os vereadores Marcos Gehlen (Tuco) e Rose Almeida e o bispo diocesano, Dom Paulo De Conto. Participaram também os padres que atuam nas paróquias de Montenegro, Pedro Nicolau Schneider,Ricardo Nienov e Diego Knecht, além do vigário geral da Diocese, Pe. José Inácio Steffen, e do coordenador diocesano de Pastoral, Pe. Pedro Ritter.
O convite partiu de Dom Paulo, que chamou todos os vereadores de Montenegro para um encontro informal, que teve como objetivo o debate acerca da inclusão da ideologia de gênero no Plano Municipal de Educação. Resumindo, a ideologia de gênero trata do seguinte: nós nascemos homem ou mulher biológicos. Porém, segundo essa teoria, cada pessoa poderia escolher o seu sexo psicológico ou gênero, conforme achasse melhor. Assim se deixaria de considerar o homem e a mulher definidos segundo a natureza para considerá-los apenas um ser humano sexualmente neutro e de acordo com sua opção psicológica. Cada um poderia fazer de si o que quisesse.
Preocupado com as consequências desta medida, Dom Paulo pediu aos vereadores de Montenegro que tomassem cuidado na votação do Plano de Educação – que deve acontecer esta semana – para que tal ideia não conste no conjunto de ensinamentos que serão ministrados em nossas escolas. O bispo pediu também para que os párocos dos demais municípios que fazem parte da área geográfica da Diocese se reunissem com seus vereadores para tratar do assunto.
Na ocasião do encontro realizado na Cúria, Dom Paulo entregou em mãos aos vereadores uma série de artigos como subsídio sobre o tema, e informou que já esteve com o prefeito Luiz Américo Aldana, para abordar com ele o mesmo assunto. Marcos Gehlen, na condição de presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos na Câmara de Vereadores de Montenegro, afirmou que o tema da ideologia de gênero já foi abordado entre os legisladores do município e que está estudando minuciosamente o Plano Municipal de Educação. “Queremos tranquilizar a todos no sentido de que estamos atentos para esta questão. Ainda não encontramos nada específico sobre a ideologia de gênero no Plano, mas a Secretaria Geral da Câmara já fez um pedido formal para que isso não seja aprovado. Mexer na base da formação de crianças é algo inconcebível”, afirmou.
Dom Paulo reiterou que devemos olhar com carinho a questão da educação, independente da denominação religiosa a qual pertencemos. “É preciso educar como Jesus pede, como a Bíblia pede. No fundo, tudo o que se quer é salvar a família. Assim, toda a sociedade vai bem. O pai e a mãe são os responsáveis pela educação dos seus filhos e devem, sim, dar a formação de gênero. Que a escola não interfira nisso”, pediu.
Uma cópia do Plano Municipal de Educação foi entregue na Cúria pelos vereadores, pois o mesmo é público e pode ser consultado por qualquer munícipe que tiver interesse.
Graziela Wolfart, assessora de Comunicação da Diocese de Montenegro.