Bloco de Carnaval Bicicobloco desfila pela Ciclovia



Música, buzinas e muita animação. Os ciclistas aproveitaram o domingo de sol para curtir o carnaval em um bloco bem diferente, sobre duas rodas. Em vez de samba no pé, a diversão era com a bicicleta! O Bicicobloco reuniu cerca de 200 pessoas que pedalaram pelo Eixão, uma das vias que cortam o Plano Piloto, centro da capital.

A concentração foi na quadra 115 norte em Brasilia. Crianças, adultos e adolescentes colocaram as fantasias e foram pedalar. Teve espaço para spray de espuma, confete e serpentina. O grupo foi criado por três amigos. “Desde 2008 a gente tem essas bicicletas sonorizadas e sempre tivemos a intenção de trazer isso para o carnaval. Nós somos três artistas plásticos que trabalhamos o som na cidade, intervenção urbana com som. E dessa vez a gente trouxe música para o carnaval”, conta um dos organizadores do grupo Luiz Olivieri. De acordo com ele, a cada ano o bloco vem atraindo mais seguidores. “A ideia é ocupar a cidade, essa cidade modernista, linda e maravilhosa que a gente tem e se divertir em movimento. Com som e movimento.”

O professor de biologia André Bellinati aproveitou para levar a filha Sofia, de um aninho. Para ele, o bloco foi uma oportunidade de estender para o feriado, a prática do dia a dia. “Eu estou tentando deixar o carro em casa, usar a bicicleta para ir para o trabalho quase todo dia. Usar também para a diversão é uma coisa muito boa”. Diversão em família e educação também. “Já estou ensinando a Sofia. Ela anda nessa cadeirinha desde os 6 meses de idade e eu quero que ela tenha a bicicleta dela, a independência dela, sem precisar de carro”.

O respeito ao meio ambiente é uma das propostas do grupo criador do Bicicobloco. “Respeito à natureza, uso da bicicleta como meio de diversão, meio de transporte. É uma coisa cultural que a gente tem que trabalhar no brasileiro. A bicicleta é um meio de locomoção que não polui. Nosso bloco gera lixo zero. Não tem um lixo aqui. Nosso bloco é o bloco do futuro”, diz Olivieri.

A professora Daniela Campos teve a companhia das amigas. Maquiada e fantasiada, ela garante que dá para se divertir pedalando. “Combina muito. É o melhor bloquinho. Não tem que andar muito. É só pedalar”. Ela acredita que o bloco é uma oportunidade também de ter um outro olhar da cidade. “Você anda em espaços que você não andaria se não estivesse de bicicleta. Com carro a gente não ocupa tantos espaços”.

E a diversão não ficou somente por contas dos adultos. Muitas crianças aproveitaram para unir a brincadeira preferida com a animação do carnaval. “É um bloco heterogêneo, que recebe desde criança de 7 meses como idosos. É um bloco que vai em um ritmo bem tranquilo. A gente faz pausas para se hidratar, refrescar. É um bloco para todas as idades”, reforça Olivieri.

Ana Mel, de 10 anos, foi para o Eixão com a tia. Ela conta que o pai sempre a leva para pedalar. A avenida é fechada para os carros aos domingos e se transformou em um lugar tradicional de lazer para o brasiliense. Mas, para ela, esse passeio foi diferente. “Achei bem mais legal. Geralmente não tem música. Eu estou adorando”. Para pedalar com mais facilidade, Ana optou por uma roupa mais confortável. A fantasia mesmo ficou para a bicicleta. “Eu fantasiei a minha bicicleta como o gatinho da Alice no País das Maravilhas. Com o olho dele com muitas coisas de carnaval, adesivo. Usei cartolina e cola e a minha mãe me ajudou”.