Ciclistas fizeram manifestação de apoio a CicloVia da Rua Capitão Cruz em Montenegro


Na Noite de Hoje 26/01/2014 Ciclistas e Pedestres fizeram uma manifestação de apoio a CicloVia na Rua Capitão Cruz no Centro de Montenegro.



Na decisão de apoiar ou se opor à construção de ciclovias, deve-se pesar os pontos abaixo:

1. Construir ciclovias e reduzir limites de velocidade significa preservar vidas, pois a bicicleta é frágil comparada ao tamanho e velocidade dos demais veículos nas ruas. Queremos uma cidade onde idosos e crianças possam ocupar as ruas sem medo.


2. Ciclovias promovem ocupação do espaço público, tornando-o espaço de convivência e não apenas de passagem. Espaços ociosos, pouco frequentados e abandonados pelo poder público e pelos cidadãos têm maior índice de criminalidade. Por isso, investir na bicicleta aumenta a segurança pública.


3. Ciclovias são boas para o comércio, pois ciclistas são clientes potenciais que passam em baixa velocidade e não exigem grandes áreas de estacionamento, podendo facilmente parar em frente a uma vitrine, entrar numa loja, conhecer um serviço. Comerciantes da região que têm suas lojas dentro da área onde houve restrição da circulação de automóveis  teram aumento nas vendas com mais pessoas circulando a pé, em velocidade similar à de uma bicicleta a passeio.

 No entorno da Ciclofaixa de Lazer, onde as pessoas circulam a cada dia, comerciantes mais conectados com as tendências de mercado saberam aproveitar o fluxo de clientes potenciais e  lucrando com isso. Em Nova York, depois que a Times Square teve a circulação de carros restringida, registrou-se um aumento de 50% no valor dos imóveis e na receita do comércio.

4. Há demanda pelo uso da bicicleta em Montenegro.


5. Maior parcela da população só adotará a bicicleta em seus deslocamentos a partir da proteção oferecida por áreas segregadas.

Entre as pessoas que afirmaram não utilizar nunca a bicicleta, 63% afirmam que passariam a usar havendo melhores condições. Dentre essas pessoas, 27% traduziram essa falta de segurança expressamente em necessidade de ciclovias.

6. Uma em cada quatro pessoas  usa a bicicleta “de vez em quando”. Entre os jovens de 16 a 24 anos, esse número salta para 47%. A quantidade de pessoas que utiliza a bicicleta “todos os dias” ou “quase todos os dias” também é bem maior do que se imagina: 7%. Somados, os ciclistas habituais e eventuais representavam, 32% da amostra, praticamente um terço da população  e o dobro da parcela de pessoas que usa frequente ou eventualmente a moto (16%).

7. O uso da bicicleta é benéfico à saúde dos cidadãos, pois o simples fato de usar a bicicleta como transporte os afasta do sedentarismo e de todos os problemas de saúde deles decorrentes. 

A atividade física regular previne doenças cardíacas e AVCs, hipertensão, ajuda a controlar o diabetes, aumenta a resistência aeróbica, reduz a obesidade, ativa a musculatura de todo o corpo, diminui a incidência de doenças crônicas, faz bem para a saúde do idoso e aumenta a expectativa de vida.

8. O uso da bicicleta melhora a qualidade de vida de quem a utiliza, não só pelo ganho em saúde mas também pela diminuição do stress, melhorando os relacionamentos interpessoais e humanizando o trânsito e a cidade.

9. As ciclovias proporcionam uma retomada do uso das ruas pelas crianças, sendo uma opção de lazer que resgata uma faceta da infância há muito esquecida nas regiões mais urbanizadas da cidade.

 Teremos crianças utilizando as ciclovias junto a seus pais e, conforme sua aceitação, abrangência e conectividade aumentarem, esse fenômeno tende a crescer, com o potencial de permitir que pedalem sozinhas até a escola.

10. Quem opta pela bicicleta economiza tempo, sobretudo nos horários de pico, quando a velocidade média dos automóveis chega a meros 6,9 km/h em alguns casos – a mesma de alguém caminhando com pressa. 
 A bicicleta é bem mais rápida que o carro nos horários de pico.

11. A bicicleta traz economia para o cidadão, pois os custos com compra, utilização e manutenção são muito menores que o do automóvel, representando redução de gastos até para quem a utiliza em substituição ao transporte público.

 Além de ser um fator importante para as camadas sociais mais baixas, o valor economizado pode ter destino em consumo, aquecendo comércio e serviços.

12. O uso da bicicleta é benéfico à cidade, por ser um meio de transporte não poluente. Conforme pesquisa do Instituto Saúde e Sustentabilidade, nos próximos 16 anos a poluição atmosférica matará milhares de pessoas no Brasil e a concentração de partículas poluentes 
no ar levará a internação de 1 milhão de pessoas e um gasto público estimado em mais de R$ 1,5 bilhão, com pelo menos 25% das mortes (59 mil) ocorrendo na capital.

 Construir ciclovias, portanto, preserva vidas também de forma indireta e diminui o gasto público com o sistema de saúde e o da população com medicamentos para tratar doenças causadas pela poluição.

13. A bicicleta é um veículo silencioso e sua adoção em maior escala trará uma diminuição da poluição sonora da cidade;


14. A construção de vias para bicicletas têm um custo muito menor que a de vias para veículos motorizados. Quanto mais cidadãos as adotarem, menor será o gasto com criação e manutenção do viário a longo prazo, economizando o dinheiro da cidade.

15. O incentivo e a garantia de uso seguro da bicicleta democratizam o deslocamento. Todos os cidadãos são importantes para uma cidade, não apenas os que se deslocam em automóveis e essa mensagem é passada claramente com a construção de ciclovias;

16. Ciclovias atuam no sentido de reduzir os congestionamentos e a lotação dos transportes públicos, ao passo que cada vez mais pessoas troquem suas opções de deslocamento pelas bicicletas, ainda que eventualmente;

17.  A construção de ciclovias  deve “desestimular o uso do transporte individual motorizado”, “adaptar as condições da circulação de transportes motorizados a fim de garantir a segurança e incentivar o uso de modais não motorizados”, “garantir o deslocamento seguro e confortável de ciclistas em todas as vias” e “implantar redes cicloviárias”, entre outros apontamentos.

18. Da mesma maneira que o PDE, a Política Nacional de Mobilidade Urbana, que tem força de Lei Federal, tem como uma de suas diretrizes a “prioridade dos modos de transportes não motorizados sobre os motorizados”, determinando que o uso de bicicletas deve ter prioridade sobre o uso do automóvel. 

A construção de ciclovias cumpre, também, uma das diretrizes dessa Lei, que determina ainda a “dedicação de espaço exclusivo nas vias públicas para os serviços de transporte público coletivo e modos de transporte não motorizados”, entre outras citações.