ALTERNATIVAS PARA AMENIZAR ENCHENTES EM MONTENEGRO


Estudos da Metroplan sobre alternativas às cheias do rio Caí é apresentado em Porto Alegre


O secretário Municipal de Meio Ambiente, Clóvis Domingues, foi o representante de Montenegro no encontro que reuniu os prefeitos Carlos Alberto Fink (Harmonia), Rafael Antonio Riffel (Pareci Novo) e Darci José Lauermann (São Sebastião do Caí), com os técnicos da Metroplan para debater o estudo de minimização dos alagamentos provocados pelo rio Caí em época de chuvas. 

Depois da reunião ocorrida em Pareci Novo, no mês de agosto, em que houve representação no Ministério público contra o estudo feito pela Metroplan, por moradores daquela região discordarem dos projetos apresentados, deverá ser feito um amplo esclarecimento público às comunidades, visando a visibilidade e transparência do que a Fundação está se propondo a fazer para minimizar as cheias. 

Pelo estudo apresentado, foram analisadas várias alternativas como retenção de água em reservatórios, escoamento, alargamento da margem, construção de diques, realocação da população e dragagem. Segundo o engenheiro civil Henrique Kotzian deve ser levado em conta a maximização de resultados, a questão social e a viabilidade financeira. “Foi feita uma simulação de cheia bem maior das que ocorreram que podem ser minimizadas com a construção de um dique de São Sebastião do Caí até Harmonia pela margem esquerda do rio”, disse Kotzian. 

Ainda, segundo o engenheiro, o estudo mostrou o aumento da lâmina do rio, da inclinação e da velocidade das águas, agilizando o escoamento. Para Kotzian, o dique se mostrou a solução mais eficaz, baixando nível em Pareci Novo, São Sebastião do Caí, Harmonia e Montenegro, além da viabilidade financeira e o menor impacto ambiental.

O prefeito de Pareci Novo, Rafael Riffel, lamentou o mau uso político da situação. “Há pessoas indo de casa em casa alarmando a população, dizendo que vai inundar a cidade e que os diques não vão dar certo”, reclamou Riffel.

“Se fez um estudo com uma equipe altamente qualificada e o uso de tecnologia avançada, e mesmo assim a comunidade questionou, criando um imaginário negativo”, disse Oscar Escher, Diretor Superintendente da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional – Metroplan. Ele ressaltou que a procuradoria do MP esteve em contato com a Metroplan mas que dificilmente vai parar o processo. “Isso não tem fundamento por trata-se de estudo, e vamos explicar para a comunidade incessantemente, quantas vezes for necessário”, disse o superintendente.

O secretário Clóvis Domingues lembrou que a Inglaterra resolveu o problema de inundação em Londres com a construção de comportas e sugeriu que fosse considerada esta iniciativa como solução para o Vale do Caí. “As cheias são no baixo Cai, se conseguirmos alinhar as comportas, conseguiríamos amenizar a densidade da água do rio. Esta questão deveria ser estudada porque tem menos impacto, juntamente com o canal extravazador entre Montenegro e Capela de Santana para controlar a vazão do baixo Caí”, explicou Clóvis Domingues.

Dante Larentis, diretor da Metroplan, informou que há uma normativa do governo Federal na qual os Ministérios das Cidades e da Integração Nacional não financiam obras em área com baixa densidade populacional rural e urbana, mesmo com possível ocupação futura. Segundo ele, é difícil uma regra que contemple o país inteiro e que a bacia do rio Caí não está prevista no Programa de Aceleração do Crescimento - PAC -, e por isto, os município da região terão que buscar financiamentos. “A previsão de custos é de cerca de R$ 140 milhões para a Bacia do Caí, que não está no orçamento da União. Depende dos municípios se mobilizarem e decidirem se querem ou não a obra”, falou Dante. Ainda, segundo o diretor, há várias frentes do governo federal que disponibilizou R$ 300 milhões para projetos de cheias, e que no RS deverão ser investidos no rio Gravataí e Delta do Jacuí

Oscar Escher, destacou que os técnicos de carreira estão ávidos por programas mais completos. “Devemos nos organizar e criar programas, não adiante fazer diques, cortes, canais, aprofundamento, se não tiver política de manutenção do sistema”, finalizou o superintendente.

Além dos prefeitos, participaram: o arquiteto Oscar Gilberto Escher (Diretor Superintendente), Dante Gama Larentis (Diretor de Incentivo ao Desenvolvimento) e Esteban Santana (Técnico e Economista), ambos da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional – Metroplan -; José Mendel (Secretário Estadual de Obras); os Engenheiros Henrique Kotzian (Civil) e Carolina Schreiner Heck (Ambiental), do consórcio Engeplus e Aerogel, empresa responsável pela elaboração dos estudos juntamente com a Metroplan. A reunião aconteceu na manhã desta terça-feira, 9/9, na sede da Metroplan em Porto Alegre. A próxima etapa é a reunião que acontecerá no dia 8 de outubro, em Montenegro, em local a ser definido. 

Mais informações (relatórios e mapas c/ áreas de cheia), no site:www.metroplan.rs.gov.br