Prefeitura de Montenegro e a assistência social aos indios


 
A Administração Municipal através dos agentes da Secretaria Municipal de Habitação, Desenvolvimento Social e Cidadania – SMHAD –, contataram os indígenas que circulam pelas ruas da cidade para orientar sobre a confecção e venda de artesanato, praticados por adultos e crianças desta etnia. 

Os adultos foram orientados de que os menores não podem vender artesanatos sozinhos e que também não devem ficar pedindo esmolas na porta dos estabelecimentos comerciais. 

Nas várias abordagens da Secretaria foi salientado que a comunidade pode ser atendida gratuitamente pelo sistema de assistência social do município, como Centro de Referência de Assistência Social – CRAS; Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS; e Rede Sócio-assistencial, mas os mesmos rejeitaram o serviço.

 Os agentes também questionaram o porquê dos jovens não estarem na escola no horário de expediente, e a resposta dada é que não tinha vaga para as crianças nas escolas públicas de Tabaí, cidade de origem desta comunidade.

“Fizemos contato com a Assistente Social Fabiana Marques (CRAS do município vizinho) e ela nos informou que foram disponibilizadas vagas nas escolas de lá, mas que eles não frequentavam a escola porque de acordo com a Legislação dos Índios, deveria ter um professor na tribo para que seja trabalhada a cultura deles”, salientou Juan Rocha, secretário de Habitação, Desenvolvimento Social e Cidadania de Montenegro.

 Segundo Juan, a prefeitura de Tabaí já solicitou e está aguardando a intervenção do Estado para regularizar a situação dos indígenas, inclusive em relação à área de saúde.

No dia 10 de julho, houve novo contato com os índios em nossa cidade e na ocasião a senhora Sofia Fongue, 28 anos, recebeu a orientação para que, se quisessem, fossem almoçar na Casa de Passagem Casulo e que as crianças poderiam frequentar o Grupo de Fortalecimento de Vínculos no CRAS. A mesma respondeu que não poderia tomar nenhuma decisão a respeito sem antes consultar o cacique, que naquele momento não se encontrava em Montenegro.

Embora a SMHAD tenha feito vários contatos, os indígenas recusam os serviços sociais oferecidos pelo município e negam a participação dos menores nas atividades de comércio e de pedidos de esmolas.