OS IMORTAIS DE MONTENEGRO



Na noite de 26 de abril de 2014, foram empossados os primeiros acadêmicos da Academia Montenegrina de Letras. Também foi empossados a sua primeira diretoria.

A sessão solene teve a presença de acadêmicos da Academia Passo-Fundense de Letras, umas das academias de letras mais antigas do estado. A noite controu com a presença de ótimas apresentações musicais: Taicir Miranda Firmo (Violão), Israel Silva de Oliveira (Acordeon) e Júlio César Pires Pereira (Acordeon). Além de tocar o hina Nacional de Rio-Grandense (Júlio César), apresentaram Minueto em Sol maior de Johann Sebastian Bach, Choros nº1 de Heitor Villa-Lobos e Tco-Tico no Fubá de Zequinha de Abreu ( Taicir e Israel).

A AML foi presenteado pelo seu padrinhos, a Academia Passo-Fundense de Letras, com diversos livros de acadêmicos desse sodalício. O presidente da AML Gelson Weschenfelder em nome do sodalício e o acadêmico Bernardo Schneider em nome dos acadêmicos emposados foram os oradores da sessão solene.

O evento ocorreu na Câmara de Vereadores de Montenegro.

Discurso do Presidente da Academia Montenegrina de Letras:



"As autoridades, familiares e amigos, nossos cumprimentos e agradecimento pela presença nessa sessão solene, o que muito nos honra.


Inicio este discurso com uma frase de Elita Ilsa Leipnitz Griebeler, que consta no livro Montenegro de Ontem e Hoje. “Nunca será esquecido o homem que se destaca por sua atuação no campo da cultura, seja pela publicação de obras literárias, filosóficas ou científicas...”

Escolhi esta frase, pois ela descreve um dos papéis da Academia Montenegrina de Letras, nunca esquecer dos escritores desta terra ou que por aqui passaram, que se projetaram, sobremodo, pela sua notável contribuição no enriquecimento de nossas letras, contribuindo para o engrandecimento da cultura do Vale do Caí, deixando sua marca na história.

Permitam-me as autoridades e pessoas aqui presentes a relatar a breve história desse sodalício.

Era apenas uma ideia e vários escritores motivados. Uma longa história e muito a se descobrir. Foi assim que iniciamos uma pesquisa sobre a escrita de nossa cidade e região do Vale do Caí, foi assim que iniciou a ideia da criação deste sodalício.

Foram meses de trabalhos, pesquisas, conversas até a fundação, que ocorreu no dezembro passado. Conversas com escritores, entidades, com a comunidade, buscas e mais buscas. E hoje estamos aqui, concretizando um sonho de muitos.

São mais de 100 anos de história literária em nossa região e mais de 200 escritores pesquisados. Uma história riquíssima, que continua com nossos grandes escritores. Que continua na leitura de um de seus livros; nos trabalhos realizados em escolas, onde encontramos diversos Dom Quixotes, que lutam contra Moinhos, incentivando o hábito de leitura em nossas crianças, em nossos jovens.

A Academia Montenegrina de Letras, tem como objetivo, lembrar nossa história e unir com o presente, para assim construir um futuro, de incentivo a leitura e a escrita em nossa gente. Temos o dever de contar a história desses escritores que passaram, fazer reconhecer suas histórias, seus livros. Fazer honrar os que passaram antes de nós.

Somos privilegiados, por vivermos em uma rica região, na qual nasceram e ou por aqui passaram inúmeros escritores, reconhecidos em âmbito estadual, nacional e internacional. Muitos hoje fazem trabalhos belíssimos com a escrita, contribuindo notavelmente no enriquecimento de nossas letras, dando continuidade a nossa rica história literária. São homens e mulheres notáveis, de todos os rincões de nossa região, trazendo suas visões sobre o mundo, pondo o seu talento (nas palavras de Maria Eunice Müller Kautzmann), a serviço da verdade e dos homens. Colaborando assim, para a formação de um novo individuo, deixando assim sua marca no destino de nossa terra.

Eu, Gelson Weschenfelder, por ter sido escolhido como o primeiro presidente desse sodalício, por ser dessa terra, me sinto responsável, assim como os demais diretores, a passar a história adiante, incentivando, criando mecanismos para o hábito de leitura, apresentando nossa gente, estes homens e mulheres que fizeram e fazem a diferença, que traduzem para as letras, seus sentimentos, seus pensamentos, sua arte. Para assim formar um desejo único, uma nova sociedade.

Para encerrar, leio aqui um trecho do texto MEU BERÇO, do escritor montenegrino Júlio Marino de Carvalho:

“ Como é doce e voluptuosa minha terra!

A rolinha chorosa, o quero-quero solene, o bem-te-vi irônico e o tico-tico lambisqueiro, em coro engalanam de flores musicais o espaço morno. É a voz de minha terra, que ora, é a voz de Montenegro que salva o dia em agradecimento.

Minha terra é adorável, minha terra é sublime! Tudo nela são encantos e policromia, vida fecundidade!

Com olhos saudosos bebo o que vejo e embriago-me bem-estar.

Bendita queda do mundo da lua!

Montenegro, meu berço!

Obrigado".