Três novos mestres na Diocese da Alegria
Historicamente, os sacerdotes sempre foram pessoas de referência em nossas comunidades, não apenas no âmbito religioso, mas no social e cultural também. Isso porque eles possuem o conhecimento pela formação acadêmica que, até pouco tempo atrás, não era tão acessível quanto é hoje. No entanto, para alguns padres, não basta a graduação em Filosofia e em Teologia. É preciso conhecer mais, aprender mais, para poder contribuir com o povo de Deus de forma ainda melhor. O objetivo é fazer com que a mensagem de Cristo seja entendida em nosso tempo, pelos fiéis contemporâneos, que tem sede de Deus e da fé embasada, não ingênua.
Pensando nisso, três padres da Diocese de Montenegro acabam de concluir o mestrado em Teologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. O curso tem dois anos de duração e culmina com a produção de uma dissertação sobre algum tema relevante na área teológica. O primeiro a defender sua pesquisa foi o Pe. Ludinei Marcos Vian, no dia 19 de março, às 14h30min, na PUCRS. A banca examinadora foi composta por dois professores do programa de pós-graduação em Teologia da PUCRS, dentre eles o professor orientador, Pe. Leomar Brustolin, e o Pe. Geraldo Hackmann. Também compôs a banca o Pe. Márcio Fernandes, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUCPR. “A minha impressão sobre a banca foi muito positiva, de forma especial pela valorização que os professores deram ao tema e ao conteúdo.
Claro que foi um momento de ansiedade e expectativa, mas muito enriquecedor”, recorda Pe. Ludinei.
O trabalho desenvolvido por ele responde à seguinte questão: por que o silêncio de Deus diante do sofrimento humano? Ou seja, o objeto de estudo foi a questão do sofrimento e do silêncio. Pe. Ludinei explica que a resposta foi buscada na teologia de Bruno Forte. E continua: “o texto se desenvolveu em três capítulos que falam do Silêncio, da Palavra e do Encontro. Os resultados obtidos foram:
O trabalho desenvolvido por ele responde à seguinte questão: por que o silêncio de Deus diante do sofrimento humano? Ou seja, o objeto de estudo foi a questão do sofrimento e do silêncio. Pe. Ludinei explica que a resposta foi buscada na teologia de Bruno Forte. E continua: “o texto se desenvolveu em três capítulos que falam do Silêncio, da Palavra e do Encontro. Os resultados obtidos foram:
1) Silêncio de Deus não significa ausência Dele;
2) O Silêncio é uma oportunidade para o exercício da liberdade humana;
3) Na cruz a prova de que, por pior que seja o sofrimento humano, Deus estará sempre ao lado;
4) Devemos perceber que o verdadeiro Deus é aquele que está ao lado do ser humano, principalmente daqueles que sofrem, dos mais excluídos e marginalizados”.
O novo mestre em Teologia acrescenta que o que o levou a estudar o tema foi a vontade de auxiliar aqueles que sofrem e buscam em Deus uma resposta.
“A pesquisa vai auxiliar no trabalho pastoral da Diocese, pois abre a possibilidade de capacitação de agentes de pastoral para trabalharem com as pessoas mais fragilizadas de nossas comunidades”, justifica.
“A pesquisa vai auxiliar no trabalho pastoral da Diocese, pois abre a possibilidade de capacitação de agentes de pastoral para trabalharem com as pessoas mais fragilizadas de nossas comunidades”, justifica.
Já no dia 24 de março de 2014 foi a vez do Pe. Luciano Royer defender sua dissertação para a banca, realizada igualmente na PUCRS, às 14h. O tema de sua pesquisa foram os ministérios não-ordenados, ou seja, o que envolve a atuação dos ministros leitores e acólitos da Palavra, da Comunhão e da Esperança. O professor orientador foi monsenhor Pe. Urbano Zilles e junto dele compuseram a banca o Pe. Geraldo Hackmann e o Prof. Dr. Sergio Strefling, da Universidade Federal de Pelotas. Pe. Luciano escolheu este tema em função de sua experiência de 9 anos na coordenação dos ministérios da Diocese (desde antes inclusive, na época do vicariato), quando percebeu a necessidade de formar mais leigos para esta função.
Para isso, pesquisou sobre como se construiu o rosto da Igreja ministerial não ordenada desde o tempo de Jesus até nossos dias, passando pelos movimentos da ação católica, pelo pré-Concílio Vaticano II e por toda a transformação provocada pelo próprio Vaticano II por intermédio de seus documentos, principalmente a Lumen Gentium, que colocou a todos como responsáveis pela evangelização. “Meu objetivo foi estudar sobre os fiéis leigos no mundo, sua missão e perspectivas. Precisamos investir também nos leigos e não apenas nos padres. Afinal, a Igreja deve se renovar e a fé cristã deve ser vivida dentro e fora da Igreja”. Para Pe. Luciano, todo leigo deveria se dispor a algum ministério, no sentido de ser instrumento de evangelização.
Quem também obteve o título de mestre em Teologia foi o Pe. Ricardo Nienov, que defendeu sua dissertação no dia 27 de março de 2014, às 14h, na PUCRS. O tema abordado por ele em sua pesquisa foi “Onde está o Espírito do Senhor ali reina a liberdade: fundamentação pneumatológica e trinitária da liberdade em Jürgen Moltmann”. O professor orientador foi o Frei Luiz Carlos Susin. Também compuseram a banca o Pe. Erico Hammes (PUCRS) e o Prof. Valério Schaper (EST).
O bispo da Diocese de Montenegro, Dom Paulo De Conto, prestigiou pessoalmente as três defesas de dissertação na universidade, que foram muito bem avaliadas e aprovadas.