Mais um padre para a Diocese da Alegria
Muitos não sabem, mas quando estamos diante de um sacerdote, nos deparamos com um homem que percorreu uma longa caminhada para chegar até o ápice de sua decisão vocacional. Desde a decisão de atender ao chamado de Deus para estar a serviço de seu povo, até a árdua caminhada de formação, os seminaristas que são ordenados padres precisam passar por uma trajetória intensa o suficiente para prepará-los para a bonita missão que os espera: evangelizar e espalhar a boa nova de Jesus Cristo.
Quem está vivendo este momento mágico é o diácono Márcio Weber. Ele será ordenado presbítero no próximo dia 13 de dezembro, às 20h, na Igreja Matriz Santos Reis, em Vale Real, pelas mãos deDom Paulo De Conto, bispo da Diocese de Montenegro, a qual Márcio estará incardinado. A Missa Solene, ou Primeira Missa, será celebrada pelo já Pe. Márcio na comunidade do Tirol, no dia 15 de dezembro de 2013, às 10 horas. Em seu início de vida sacerdotal, será vigário paroquial na Paróquia Nossa Senhora das Graças, de Portão.
Quem é Márcio Weber
Nascido em 07 de abril de 1978, Márcio Weber é filho de José Weber e Melânia Terezinha Scholl Weber, e irmão de Jonas Weber, que é casado com Cristiane e pai da Ana Luiza. Será o primeiro padre nascido na comunidade do Tirol, pertencente à Paróquia Santos Reis, de Vale Real. O último padre ordenado na paróquia foi o Pe. Paulo Puhl, que atualmente é pároco da Paróquia São João Nepomuceno, de Harmonia. Outros sacerdotes nascidos na Paróquia são o Frei Jaime Betega, o Frei Leonardo Kuhn, o Pe. Miron Stoffels, entre outros já falecidos.
Márcio foi ordenado diácono no dia 21 de julho deste ano, em Brochier, em uma belíssima celebração que teve a presença de mais de duas mil pessoas. A cerimônia marcou também o envio para a Jornada Mundial da Juventude e a Romaria Vocacional 2013.
O lema sacerdotal de Márcio será “Eis que venho ó Pai, para fazer vossa vontade” e foi extraído do Salmo 39.Para Márcio, “colocar a vontade do Pai como meta da vida presbiteral é assumir o compromisso diante das situações da vida do padre, sempre buscar ouvir o que Deus quer, atendendo a Sua vontade e a traduzindo para o povo. O padre não deve agir a partir de seus desejos, vontades e convicções. Ele participa do sacerdócio de Cristo, que é o Único e Eterno Sacerdote. Cristo soube fazer a vontade do Pai, sentiu na carne os espinhos e pecados da humanidade, mas levou o projeto salvífico do Pai até o fim, sem vacilar, sofrendo muito, mas sabendo que sua missão era salvar”, explica.
A vontade de ser padre começou cedo para Márcio, pois nasceu de uma família muito católica, que participava ativamente na vida da comunidade, quer no coral, na coordenação, ou em outros setores da comunidade. “Lembro do meu avô paterno, José Eduardo Weber, com quem residimos, até sua morte. Ele dedicou a vida em prol da comunidade, sendo professor paroquial por quase 60 anos, regente do coral, membro da coordenação. Na casa do ‘vô’ havia o quarto do padre, que vinha e permanecia alguns dias na comunidade. Havia um ambiente favorável para o surgimento de uma vocação sacerdotal”, afirma.
Ingresso no Seminário e formação
Márcio Weber entrou no Seminário São José, de Gravataí, em 1993. Cursou o ensino médio no Seminário de Bom Principioentre 1994 e 1996, concluindo-o no Seminário de Gravataí, em 1997. No final daquele ano, a caminhada foi interrompida. Já fora do seminário, cursou Filosofia na Unisinos e oito semestres do curso de Direito na Faculdade de Taboão da Serra-SP, no período em que lá trabalhou. No ano de 2006, foi transferido pela empresa onde trabalhava para a filial de Caxias do Sul. Com a aproximação da comunidade de origem e encorajado pelo testemunho sacerdotal do Pe. Luciano Royer, Márcio começou novamente a pensar em ser padre. Participava dos encontros vocacionais (Kairós) e retornou ao Seminário São José pela terceira vez, com o objetivo de cursar o Propedêutico. Posteriormente, começou a faculdade de Teologia, em 2009, concluindo-a no final do mês de novembro deste ano de 2013. Paralelamente, fez uma Especialização em Direito Canônico, o que o possibilita atuar no Tribunal Eclesiástico. “O itinerário de formação foi bastante diferente dos demais seminaristas, pois uma interrupção de 10 anos na formação é rara, mas serviu para firmar a minha vocação, adquirir mais experiência e saber como é trabalhar e me sustentar”, explica.
Na visão de Márcio Weber, “o seminário é a escola do Evangelho, como bem diz Dom Paulo, nosso bispo. Quem quer ser padre precisa rezar muito, estudar muito, trabalhar muito e amar muito. É viver em comunidade, pois o seminarista vive em comunidade, todos os momentos do dia”. Na caminhada vocacional e formativa, Weber destaca alguns momentos marcantes da sua vida no seminário: o Leitorato e o Acolitato. “Nesses momentos senti que a responsabilidade na Igreja que tanto amo estava aumentando, exigia de mim um testemunho maior e a disposição de servir aos irmãos. O seminário é uma benção, quem já passou por algum, sabe bem disso”.
Sentimento à véspera da ordenação
Com a proximidade da data da ordenação, Márcio define como se sente: “estou muito feliz. O interessante que tudo está acontecendo de maneira tão rápida, tão tranquila, que a felicidade é uma consequência lógica. Outra alegria é perceber que não estou sozinho nessa caminhada. Há tantos amigos envolvidos na preparação da Ordenação e Missa Solene, que posso ficar tranquilo. Tenho certeza que tudo dará certo. O apoio do bispo e dos padres também é um estímulo muito grande nesse momento determinante, marcante e que irá mudar minha vida. Este passo que estou dando é uma resposta de amor a Deus que me dá tanto. Sinto que uma fase da vida termina com a ordenação, mas sinto também que a missão exige muito de nós. Quero me consumir para fazer a vontade do Pai acontecer em todos os lugares”.
Trabalho a ser desenvolvido
No dia 29 de dezembro Márcio inicia sua missão na Paróquia Nossa Senhora das Graças, de Portão, quando será oficialmente apresentado como vigário paroquial. “Vou feliz, animado e radiante. Recebi a nomeação com alegria. Estou de certo modo ansioso para conhecer a paróquia. O povo de Portão terá a missão de me ensinar a ser um bom padre. Espero que me corrijam e me ajudem a caminhar em comunidade. Conto com a acolhida e a benção daquela comunidade. Saibam que a criança, quando nasce, necessita de ajuda para tudo. Se isso não acontecer, ela morre. O padre recém ordenado precisa ser cuidado, ensinado e corrigido; desta forma ele se sentirá amado”, opina.
Ser padre no contexto atual
Segundo Márcio, ser padre atualmente é algo fantástico. “Somos servos dos servos de Deus. Somos grandes na medida em que servimos muito. O contexto atual faz com que o padre viva intensamente. Precisamos nos atualizar sempre, dar testemunho e se entregar à oração e ao trabalho. O padre precisa ser também alguém que sabe acolher a todos, viver em paz, amar muito e ser sinal de esperança. Tudo isto parece difícil, mas em nossa Diocese temos muitos padres que vivem tudo isso e são extremamente realizados. Ser padre é uma questão de muito amor”. E ele continua sua reflexão, afirmando que “a Igreja Católica em nossa região se fortalece a cada instante. Vejo muitas pessoas retornando para a Igreja. As pessoas podem esperar de mim um padre alegre, acolhedor, que quer doar sua vida pelo Reino de Deus. Quem me conhece, sabe que sempre me esforço para acolher bem a todos, sendo que na missão que inicia fui indicado pelos colegas padres para atuar com os jovens, na catequese e formação. Acredito nisso, quero isso para mim. Levar Jesus é muito importante para nós. Ser o Bom Pastor, impregnado do cheiro de suas ovelhas é o convite que o Papa Francisco fez aos padres. Eu fiz disso uma bandeira para minha vida. Quem é bem acolhido e bem cuidado pelo seu padre, se torna amigo de Jesus”.
Momentos marcantes na vida pastoral
O diácono Márcio Weber se considera muito grato pelas experiências pastorais que teve. Primeiramente, na Paróquia Santos Reis, de Vale Real, com o Pe. Luciano Royer, onde aprendeu muito. Nos anos de 2009 e 2010, o jovem Márcio foi encaminhado para aParóquia Nossa Senhora do Rosário, de Paverama. “Esta experiência foi fantástica, pois fiz muitos amigos e aprendi com o Pe. Lucas Weber que é possível ser um santo nos nossos dias”, recorda. Em 2011, Márcio trabalhou com o Pe. Genico Schneider naParóquia Bom Jesus, de Triunfo. “Grandes foram as alegrias nesse ano, sendo que fiz muitas celebrações da Palavra e tive uma bela experiência de catequese”, destaca. Desde fevereiro de 2012, Márcio atua na Paróquia São João Batista, de Brochier. “Logo aprendi a amar aquele povo. Em pouco tempo, me senti em casa. O ano de estágio é extremamente importante na caminhada formativa, pois é quando o seminarista faz a experiência de como é ser padre em todos os momentos da vida da comunidade. No final de semana que passou, concluí esse trabalho. Foi difícil, chorei, mas com certeza sei que eles estão rezando por mim. Deus abençoe a comunidade de Brochier e seu pároco, Pe. Blásio Henz”.
Convite especial
Márcio Weber espera todo o povo da Diocese de Montenegro na sua Ordenação Presbiteral e na Missa Solene, pois, segundo ele, “não é um momento apenas do ordenando, mas é uma festa da Igreja. A Diocese recebe mais um presbítero, que vai atuar com o presbitério e o bispo na missão de salvar. Não pude convidar a todos pessoalmente, mas quero reforçar o convite: venham celebrar conosco no dia 13 de dezembro, às 20 horas, e no dia 15 de dezembro, às 10 horas. Faço dois pedidos: venham com alegria e reservem seu almoço através dos telefones: (54) 3287 5047, (54) 3287 5043 e (51) 3637 7033. Desta forma, poderemos nos preparar bem para servir a todos”.