Federalização da RSC 470


Reunião com prefeitos e lideranças avaliou a possível federalização de rodovia


Nesta sexta-feira, 18/10, no teatro Roberto Atayde Cardona, em Montenegro, a convite do prefeito Paulo Azeredo, estiveram reunidos representantes de várias entidades da região do Caí, Serra e Carbonífera, como prefeitos e empresários para debaterem sobre a federalização da RSC 470, sobreposição da BR 470 à RS 287 e RS 124 e as travessias da BR 470, RS 287 e RS 240 por Montenegro. Azeredo sugeriu a formação de um grupo de trabalho com a participação de representações de vários segmentos da sociedade para, em conjunto, encaminhar ao DAER, DNIT e EGR, as demandas da região. "Juntos, podemos nos mobilizar e mostrar a importância das ligações das rodovias com outras regiões do estado, até o porto de Rio Grande, na metade sul do estado", disse o prefeito. 
A federalização da RSC 470, transformada em BR, foi a pauta mais discutida pela extensão da rodovia que atravessa várias regiões do estado no sentido norte a sul, passando próximo da Serra Gaúcha, Vales do Caí e Taquari, Região Carbonífera, chegando até Camaquã, na Costa Doce indo em direção ao Super Porto de Rio Grande.
Sílvio Pinheiro David, Superintendente Regional do Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem - DAER -, de Bento Gonçalves, explicou que coube à autarquia o inventário do traçado da estrada, avaliando a situação de pontes, muros de contenção, acessos, faixas de domínio, trevos, interligação com outras rodovias, entre outras situações, e que o prazo para a conclusão deste trabalho é o dia 15 de novembro deste ano. O vereador Roberto Braatz questionou se Montenegro está integrado nos inventários realizados. O superintendente do DAER disse que sim, e que todas as informações estão no Departamento de Projetos.
Marcelo Schneider, prefeito de São Jerônimo, disse não entender como a obra de construção da ponte sobre o rio Jacuí, que ligará Triunfo a São Jerônimo, ainda não saiu do papel, mesmo depois de planejada e licitada. O superintendente do DAER alertou para a questão da gestão. "Se a União assumir, o DAER não terá mais a jurisdição sobre a rodovia", disse Sílvio David. Segundo entendimento dele, o governo do estado deve aguardar a decisão de como vai ficar a responsabilidade da obra. Ele citou, como exemplo, que o trecho rodoviário entre Barão do Triunfo e Camaquã tem os estudos de viabilidade, mas ainda não integra o plano rodoviário. "O que existe é uma intenção", concluiu.
Ademir Petry, presidente da SIC-Serra, lembrou que foi entregue no Ministério dos Transportes um abaixo-assinado com mais de 100 mil assinaturas para abrir o processo administrativo referente ao traçado da RSC 470 e que, em junho deste ano, o ministro César Borges deveria vir ao Estado para assinar a portaria para federalização da rodovia, o que não aconteceu. "Se o estado não tem os recursos nem para fazer a duplicação, temos que trabalhar organizadamente para buscar as soluções", afirmou Petry. José Antônio Adamoli (Corede Serra), parabenizou a todos os que vem lutando por esta importante rodovia, "que é federal no resto do país e aqui é estadual", salientou.
Todos os que se manifestaram, fizeram menção que a conclusão da RSC (ou futuramente BR 470) vai desafogar a Região Metropolitana, BR's 116, 290 e 386, inclusive o grande fluxo de automóveis, ônibus e caminhões da Tabaí-Canoas, e as demais rodovias da região. Além de distribuir melhor o fluxo de veículos, háverá uma diminuição de cerca de 100 km, em direção ao sul do estado, evitando a volta que hoje precisa ser feita pela BR 116 até a ponte sobre o lago Guaíba, em Porto Alegre, "onde há um gargalo e que piora quando precisa ser elevada, prejudicando e cancelando quem tem compromissos", protestou Schneider. O prefeito de São Jerônimo ainda fez duras críticas aos técnicos do DAER pela frequência de entraves por falta de conclusão em documentos e traçados inadequados de estradas, se referindo à Rodovia do Parque, "que não irá desafogar a nossa região", disse Schneider. O prefeito de Montenegro lembrou das inúmeras placas colocadas pelo DAER na RS 124 e questionou os critérios técnicos de avaliação quanto à indicação de velocidade permitida em alguns locais.
Paulo Azeredo, reafirmou o compromisso de formar uma comissão de trabalho para encaminhar, em conjunto, demandas da região aos órgãos estadual e federal para que as rodovias sejam concluídas nos trechos e traçados planejados, mas com a participação dos representantes locais antes das decisões. Azeredo solicitou aos presentes que se manifestassem sobre a intenção de comporem a lista do grupo de trabalho, que deve ser ampliada com os demais prefeitos e entidades que venham a fazer parte desta futura comissão. Todos se manifestaram favoráveis. 
Travessia por Montenegro
O prefeito de Montenegro falou a respeito do chamado jogo de empurra, inclusive da cratera na RS 287, em que a faixa de domínio é do DAER, mas a autarquia vem relutando para fazer o reparo. Paulo Azeredo também citou o fato de que há a necessidade de um novo traçado da rodovia por fora da cidade e que foi apresentado um projeto pela EGR e DNIT, mas que Montenegro deveria ter participado da discussão. "Em virtude do aumento do fluxo de veículos na estrada, nos acessos, nas travessias, como vai ficar a situação no futuro próximo?", questionou. E alertou ainda para a importância das três regiões, Serra, Caí e Carbonífera, que detém polos petroquímico e metal-mecânico e que são áreas de produção, que precisam de boas estradas para a logística, desenvolvimento regional e melhores condições na atração de investimentos.