Sindicato dos Professores de Montenegro e suas reivindicações


Professores do Município denunciam falta de profissionais, desvio de função e baixa valorização

A baixa valorização da categoria, a falta de profissionais e a ocorrência de casos de desvio de função. Problemas na rede municipal de Educação, apontados por um grupo de professores que participou quarta (17) à noite de assembleia, provocada pelo novo sindicato dos Professores em parceria com à Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH) da Câmara de Vereadores de Montenegro.

Seu presidente, o Vereador Marcos Gehlen (PT) - ”Tuco”, organizou o encontro atendendo solicitação do Sindicato dos Professores, abrindo espaço para que os profissionais da Educação expusessem suas reivindicações.

A audiência da CCDH aconteceu no plenário. Representando o Legislativo Renato Kranz e Tuco, que são professores, integraram a mesa de debates, também composta pelo Promotor de Justiça Especializada Thomás Henrique Colletto, o presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação nas Redes Municipais, Rodrigo Dias e o professor Rodrigo Tichy. Embora convidado, não houve comparecimento de algum representante da Prefeitura. 

Rodrigo Dias citou que o primeiro motivo para realização do encontro é a falta de professores na rede municipal, somado a outras questões como problemas na estrutura das escolas, ausência de concurso público para acabar com os contratos emergenciais, pouca valorização dos profissionais e a revisão de alguns pontos do Plano de Carreira do Magistério. 

O propósito, conforme Dias é o de unir todos os Poderes do Município, visando contribuir na busca de alternativas para resolver questões como a falta de professores. “Infelizmente, o Executivo não está presente”, lamentou. Rodrigo entende que a falta de professores traz desconforto à categoria e contribui para sua banalização, inclusive levando ao desvio de função. 

Segundo Rodrigo Tichy, a Prefeitura está sujeita a um “tsunami” de ações judiciais de funcionários em desvio de função. Mostrou indicadores da desvalorização salarial em Montenegro. Receia que, em quatro anos, os professores estejam tendo como salário-base apenas o piso nacional. “Em 2008, quando entrei no quadro funcional Montenegro estava entre as cidades que pagava os melhores salários”, desabafou.
O Promotor de Justiça Thomás Colletto também lamentou a ausência de representantes da Prefeitura, por serem os que deveriam dar respostas. “Na verdade, vim para ouvir o que Executivo está fazendo”, afirmou no início. Comentou a Ação que tramita no Judiciário, visando garantir um terço da carga horária dos professores para se dedicarem à atividade extraclasse. O Vereador Renato Kranz menciona seu Pedido de Informação, através do qual questiona o Executivo sobre o estágio do processo visando realização de novo concurso público. 

Para o Vereador Tuco, estaria faltando habilidade ou vontade política. “O PSOL, Partido do Secretário de Educação, entrou com uma Ação em 2008, objetivando garantir o planejamento extraclasse. Agora, estão no governo e não o realizam”, comentou. Como encaminhamento, a Câmara irá aguardar que o Sindicato tome a iniciativa de constituir comissão de professores, visando o prosseguimento da demanda. “Caso entendam ser importante, o Legislativo estará junto com vocês no momento da entrega ao Prefeito Paulo Azeredo de um relatório com os apontamentos desta reunião”, finalizou o presidente da CCDH.