ProCable Fujikura Montenegro, fábrica de R$ 30 milhões



Montenegro ganha fábrica de cabos de R$ 30 milhões 

A sociedade japonesa Fujikura, com sede em Tóquio, no Japão, anunciou ontem uma parceria estratégica com a ProCable, sediada em Diadema, no estado de São Paulo. O acordo é válido para a fabricação e comercialização de cabos tipo OPGW e ACSR de alumínio - utilizados para a transmissão de energia elétrica e telecomunicações.

A joint venture nasce com capital social de R$ 30 milhões. O recurso será utilizado para a construção de um parque industrial de 144 mil metros quadrados no munícipio de Montenegro, na Região Metropolitana da Capital. A expectativa é atingir faturamento de R$ 60 milhões em 2015. Na primeira fase, a meta é produzir 12 mil quilômetros de cabos OPGW e 15 mil toneladas de ACSR ao ano. 

Pelo acordo, a Fujikura - que faturou R$ 9,8 bilhões no ano passado com 129 operações em mais de 15 países - irá controlar 90% da nova empresa. Já a ProCable ficará com uma fatia de 10% das operações com previsão de início para a primeira quinzena de agosto de 2014.

Conforme explica o presidente da ProCable, Fumitaka Nishimura, a empresa já utiliza material produzido pela companhia japonesa desde 2008. No período, foram instalados 12 mil quilômetros de linha de transmissão em todo o País. Na primeira etapa da operação, o objetivo é suprir a demanda interna e substituir o volume de importações da China. 

O executivo afirma que, caso a demanda permita, a produção pode ser “facilmente” ampliada. Segundo Nishimura, com a capacidade máxima, a unidade fabril demandará cerca de 300 funcionários, e a prioridade deve ser por mão de obra do Estado. “Serão cargos de maior qualificação, mas não pretendemos buscá-los em outras localidades”, revela.

Na avaliação do presidente mundial da Fujikura, Yoichi Nagahama, o ingresso e a consolidação da centenária companhia japonesa no mercado nacional permitem que a operação se torne um polo exportador para o Mercosul em médio prazo. “Por uma decisão conjunta, resolvemos focar a primeira etapa no mercado interno, mas existe potencial para tornar a fábrica um centro de distribuição para outros países.” 

Nagahama ainda projeta para a segunda etapa a joint venture o ingresso no mercado de cabos de fibra ótica. A ideia é produzir tecnologias para instalações subterrâneas e também de recapacitação das linhas existentes. 

Conforme o secretário do Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Mauro Knijnik, o Estado disponibilizou um terreno do distrito industrial previsto para o município de Montenegro. Além disso, a fábrica está enquadrada dentro do novo Fundopem. O fundo permite que as empresas utilizem uma parcela, ou até 100% - no caso do setor tecnológico - do ICMS incremental para financiar o investimento em ativo fixo nas implantações ou ampliações.