Prazos para água potável no interior


Na Câmara, Corsan fixa prazos para água potável no interior

Proposta concreta e prazos de quando será ampliado o fornecimento de água para localidades do interior de Montenegro, como Alfama, Estrada Getúlio Vargas, Rua Nova e Porto Garibaldi e Estrada Martins Souza Vigel. Motivo de reunião na Câmara, quarta (19) pela manhã, com a presença de diretoras de escolas e moradores nas localidades, que questionaram diretamente os representantes da Corsan.

O proponente, Vereador Renato Kranz (PMDB), explicou que o desejo é garantir água potável, principalmente às Escolas públicas municipais, onde estão as crianças. “Na época da renovação do contrato com a Corsan uma das minhas exigências, como Secretário de Educação, era a de que fosse estendido o abastecimento de água para as comunidades e Escolas Municipais, tais como: Porto Pereira/Escola Maria Josepha Alves de Oliveira, Faxinal/Escola Carlos Frederico Schubert/, Alfama/Escola Clara Camarão/ Rua Nova/Escola Etelvino de Araújo Cruz e Porto Garibaldi/Escola Bernardino Luiz de Souza”, iniciou. 
Kranz lembra que a água, para chegar às escolas, precisa partir de um ponto, a fim de toda a comunidade ser atendida. Para o Município assinar o contrato de renovação, foi colocada esta exigência. “Tinha a expectativa de que fosse mais imediato, principalmente no caso de Rua Nova, na qual, no mês de março de 2012, já teríamos água. Até agora não temos ainda”. Segundo Renato, não reza no contrato que haveria um prazo determinado, mas este resultou de um diálogo com o superintendente Pacico, no sentido de que as comunidades fossem contempladas.
“Era gestor a época, sabia que o Município comprava água mineral às Escolas, gerando um custo muito elevado para as crianças serem abastecidas”, descreve. Denuncia a ocorrência de “problemas gravíssimos na localidade de Rua Nova, de água contaminada e de falta de água, não só na Escola, mas na comunidade”. 
A proposta da reunião, conforme o Vereador seria receber prazos concretos, “para que as comunidades possam se organizar e receber este benefício tão importante para a saúde pública, a água potável”. Também cobrou solução para um grupo grande de famílias da Rua Getúlio Vargas que recebem água contaminada com coliformes fecais, “um problema gravíssimo”, as quais precisam ter com urgência água potável. 

NOVO CONTRATO

Conforme o gestor da Corsan de Montenegro, Fernando Azevedo Orth, a Companhia assinou o novo contrato, em abril de 2012, com o compromisso de implantar a água em até cinco anos nestas comunidades do interior, especialmente nas Escolas, atualmente abastecidas por poços.

Para o gerente, Rua Nova, onde residem cerca de quatrocentas famílias, é a prioridade número um. “Todas têm poços artesianos, sabemos que muitas não vão querer água da Corsan, há no máximo cinquenta pedindo”. Relata que a preocupação é principalmente com a Escola Etelvino, que há anos pede água. “fizemos exames e vimos que a água está contaminada”, atestou, informando que o fornecimento de galões de água para abastecer as crianças. “Estamos abrindo uma licitação para 12 quilômetros. Quando terminar, Rua Nova está no programa de implantação”, citou. 
Conforme o gerente, esta semana um caminhão esteve no local, onde foi feito teste de vazão do poço antigo. “Não conseguiu abri-lo, estava enterrado. Vamos ter que tomar outro caminho, provavelmente fazer uma rede, outro poço, nós não sabemos se o terreno tem água. Não temos ainda previsão para Rua Nova”, informou. No caso de Alfama, existe uma rede aberta na Rua Getúlio Vargas. “Estamos esperando material, sendo que esta Rua e Alfama, até a Escola, numa extensão de 2800 metros vão ser implantadas nestes doze quilômetros licitados”. Orth afirmou ter a garantia do superintendente Pacico de que sairá até o final do ano, pois se trataria somente de espichar a rede.

Também participou Ângelo Marcelo Faro, engenheiro da Corsan, informando que a Companhia deverá priorizar as partes com maior densidade populacional e as que vão realmente ligar-se de imediato à rede. “Posteriormente, atenderemos os locais pedidos pelas pessoas pedirem, buscando estender as redes”. Conforme Faro seria a situação de Rua Nova: “ontem foi feita uma tentativa de testar o poço e deu negativo. Neste momento o poço não tem condições de funcionar”.

“A VAZÃO DO POÇO É O QUE INTERESSA”

“Este resultado vai para o geólogo, para produzir um laudo. Este poço tem que ser abandonado e furado um novo. Terá de ser trazido da rótula da indústria Polo Films, onde passa nossa rede, até Rua Nova. São 5 800 metros até a entrada da Rua Nova, mais os quatro mil metros de distribuição interna”. O engenheiro acredita que, possivelmente, semana que vem se terá um laudo do geólogo dizendo se a Companhia irá furar um novo poço ou refurar o existente. 
O gerente Orth cita que a vazão do poço é o que interessa. “Precisamos uma vazão que abasteça toda a Escola”. No primeiro momento, a intenção é manter a Escola com água, depois estender as redes. Lembra que ano passado, a Corsan efetuou a ligação das estradas Reinaldo Hoerlle e Selma Wallauer, com seis mil metros de rede. “Temos dez ligações. Houve abaixo-assinado, pessoas pedindo e o investimento, como é que fica? Cem pessoas pediram uma rede e cinco ligaram. Quanto passa a rede em frente às casas, as pessoas tem que se ligar a ela, querendo água”, cobrou. 
Lembra que ocorreu um volumoso desprendimento de capital, trezentos a quinhentos mil reais, para ligar a rede. “Quando vai ter retorno quando? Claro que há retorno para o Estado em saúde, são cinco famílias que tem saúde. Esta é a função do Estado, é o maior ganho que a gente tem, mas é importante conscientizar as pessoas quanto à obrigação de ligar”. 

Uma das diretoras lembrou que a função da Escola é educar, estando há tempo nesta função, “e a água faz parte da qualidade de vida”. Relata que a Prefeitura tem gastos para levar a água até o local, pois são mais de vinte quilômetros para levar vinte bombonas. “Às vezes passamos dificuldades, não tem quem leve água. A gente se preocupa, não estou vendo uma solução em termos de datas, pelo menos em médio prazo, se não puder ser a curto”, cobrou.
Orth respondeu que as preocupações da diretora também são as da Companhia. “Estamos trabalhando e se dependesse apenas de mim, do engenheiro Fernando e até do nosso superintendente Pacico, já estaríamos com estas redes implantadas. Não depende somente de nós, mas de projetos, liberação de materiais e o que realmente causa demora é a licitação”. 

PREVISÕES PARA IMPLANTAÇÃO

O Vereador Naná alerta que cabe ao Município verificar, e se os poços existentes nas comunidades estão contaminados, que sejam lacrados e se coloque água da rede, potável. “É uma questão de saúde pública, os órgãos competentes devem se organizar”. 
Ao final, questionados pelos Vereadores sobre seu compromisso para a implantação da rede, os representantes da Corsan fizeram algumas previsões. No caso de Porto Garibaldi, onde seriam necessários cerca de mil metros, se comprometeram a levar mais uma vez o pedido ao superintendente Pacico, conseguir a tubulação e verificar possibilidade do auxílio da Prefeitura em maquinário, para sua implantação. Na renovação do contrato do Município com a Corsan, celebrada em 2012, para Vendinha e Bom Jardim do Caí foi fixado o prazo de até cinco anos para implantação da rede, sendo que a Companhia já fez levantamentos em Vendinha. 

Kranz enfatizou que se trata de ações importantes em saúde pública. “A pressão dos Vereadores é para que sejam feitas o mais rapidamente possível”. Outro compromisso assumido na reunião: a presença do superintendente Pacico em um próximo encontro, o mais brevemente possível. Os representantes das comunidades seriam convidados novamente, ocasião em que poderá ser apresentada posição definitiva quanto à implantação. 

No caso de Porto Garibaldi, propôs que a Corsan cedesse os canos e os Vereadores intercederiam à Prefeitura para obtenção do maquinário. Quanto à localidade de Alfama, a conclusão foi de que antes da pavimentação será colocada a água. Para Rua Nova, a construção do poço é prioritária. A Corsan possui equipamentos para furá-lo, faltaria apenas um laudo do geólogo, podendo ser construído nos próximos dias. 
Kranz manifestou disposição de continuar debatendo o tema na Câmara, considerando que esta reunião trouxe avanços, mas em sua opinião não foi o suficiente, pois gostaria de anunciar já para a semana que vem as obras. Por fim, solicitou ao gerente da Corsan manter informados os Vereadores sobre as licitações das obras. 

A reunião foi conduzida pela Presidenta da Câmara, Vereadora Rose Almeida (PP), tendo ainda a presença dos Vereadores Márcio Müller (PTB), Roberto Braatz (PDT), Ari Müller (PDT), Carlos Einar de Mello (PP) – Naná e Renato Kranz (PMDB), além de Simone Mello Nascimento, de Porto Garibaldi, Raini Kranz, de Alfama, de Andréia Machado da Silva, diretora da EMEF Dona Clara Camarão, de Alfama, Eliane de Quadros Fernandes, diretora da EMEF Bernardino Luis de Souza, de Porto Garibaldi e Marilete Leal Kuhn, diretora EMEF Etelvino de Araújo Cruz/Rua Nova.