Desempenho em municípios preocupam o PT

Desempenho em municípios de maior PIB e eleitorado preocupam o PT

 

Com boas perspectivas em Canoas, sigla tem dificuldades na Capital, Caxias do Sul e Santa Maria

    Um cenário paradoxal caracteriza a situação do PT nas eleições municipais de 2012 no Estado.
    Enquanto caminha firmemente no rumo da ampliação da sua hegemonia, com possibilidades reais de bater sua meta e eleger 72 prefeitos  um acréscimo de 20% em relação ao pleito anterior , o partido amarga a perda de protagonismo em três das principais cidades gaúchas: Porto Alegre, Caxias do Sul e Santa Maria.

    A supremacia petista, forjada principalmente pelas vitórias de Dilma Rousseff e de Tarso Genro em 2010, é um trunfo do partido para a conquista de mais prefeituras. O usufruto do poder garante visibilidade, assegura a possibilidade de implementação de políticas simpáticas à população e de efetivação de investimentos em obras que saltam aos olhos das comunidades. O reflexo natural é a potencialização dos candidatos petistas, que se destacam em cidades de médio e grande porte, enquanto siglas como PP e PMDB dominam os pequenos territórios.

    Não tenho dúvida de que faremos a maior votação no somatório de todos os municípios do Estado  assevera Cícero Balestro, membro da executiva estadual do PT.Diante de um cenário favorável, situações peculiares colocam o PT no papel de coadjuvante em três dos sete principais municípios gaúchos, tendo como critério a combinação entre os cinco maiores colégios eleitorais e os cinco maiores PIBs do Estado. O mais intrigante paradoxo petista está em Porto Alegre. Pela primeira vez desde 1988, o PT não se coloca, ao menos até o momento, como um real postulante à vitória. As últimas pesquisas sequer acenam com a ida ao segundo turno. As explicações vão desde o desgaste após o período de 16 anos à frente da prefeitura até o período de transição entre antigos e novos líderes.

     A Capital parece viver essa quebra de safra do PT. Isso é comum e já aconteceu com outros partidos  diz Hermílio Santos, professor de Ciências Sociais da PUC, ressaltando que os petistas de Porto Alegre ainda procuram consolidar líderes capazes de substituir, no cenário local, nomes como Olívio Dutra, Tarso Genro e Raul Pont.

    Em Porto Alegre, partido aposta em segundo turno

    Dirigentes seguem acreditando que o início da propaganda eleitoral na TV será o ponto de partida para a virada. Como o PT é o partido preferido do eleitor de Porto Alegre, eles creem que Adão Villaverde, ao ser identificado como o candidato da sigla, poderá chegar ao segundo turno retirando votos de Manuela D'Ávila (PC do B).

    A expectativa já não é a mesma quando o foco é direcionado para Santa Maria e Caxias do Sul. Desistências de petistas e o fortalecimento de adversários nessas cidades colocam em xeque o sonho de retomar o comando das prefeituras.

    DIÁRIO GAUCHO