Estado deverá firmar contratualização com Hospital Montenegro



O governo estadual está preocupado com a manutenção em funcionamento do Hospital Montenegro. A garantia foi do próprio Secretário de Saúde do Estado, Ciro Simoni, que recebeu na sede da Secretaria em Porto Alegre, na tarde de segunda (29), comitiva composta por Vereadores, OASE e HM. A audiência havia sido solicitada pela Câmara de Vereadores, com o objetivo esclarecer rumores de que o Estado poderia assumir a casa de saúde.

O Presidente da Câmara, Vereador Ari Müller (PDT) enfatizou que é necessário solucionar a crise do Hospital, agonizando há vários anos. Lembra que, recentemente, o Legislativo repassou 350 mil reais, de seu próprio orçamento, para pagamento de salários dos funcionários. “Uma questão que precisa ser definida com urgência é a Contratualização com o Estado, que resultará em acréscimo de recursos pelos serviços prestados”, enfatizou.

A presidenta da Ordem Auxiliadora das Senhoras Evangélicas (OASE), Eliane Leser Daudt fez um breve relato sobre a entidade mantenedora do Hospital Montenegro, lembrando da época em que era possível sustentá-lo somente com ações sociais. Mantivemos por 80 anos. Atualmente, sem a participação dos governos federal, estadual e municipal não é mais possível, afirma. Por último, Müller reclamou da falta de providências quanto à questão da UTI.

O Secretário Simoni foi taxativo: o Estado não tem intenção de assumir o controle do Hospital Montenegro, mas está preocupado com seu possível fechamento. Queremos contribuir para que vocês continuem tocando o Hospital, mantendo o atendimento e equipando a estrutura, ponderou. Para Simoni, o HM precisa novamente dar suporte à região.


Mais 180 mil com a Contratualização



O Secretário de Saúde garantiu que a Contratualização do Estado com o Hospital Montenegro será definida em breve. Simoni garantiu estar tratando pessoalmente do assunto, faltando somente assinatura do contrato. Segundo o Secretário, será uma boa notícia para o Hospital, que vai representar um incremento de 180 mil reais por mês. Com o auxílio de técnicos da Secretaria explicou que, para ativar a UTI, falta avaliar quais equipamentos ainda são necessários, bem como atender exigências legais. Ficou acertado que técnicos do Estado e do HM deverão avaliar conjuntamente o caso. Segundo o diretor Carlos Aguiar, antes de chegar aos cofres do Hospital, o Estado desconta parcela do montante repassado para amortizar financiamentos.



Estado quer conhecer como o Hospital é gerido



Para a equipe do Estado participante da audiência, é fundamental que o Hospital abra sua gestão. Podemos auxiliar em ações visando melhorar a cobrança pelos serviços realizados, para a aquisição de medicamentos, entre outras. Para tanto, precisamos verificar, na planilha de custos, de serviços realizados e também como vem sendo feita a cobrança pelos serviços, argumenta o Secretário. Aguiar justificou a não apresentação dos dados com o argumento de estar aguardando modelo que o Estado ficou de encaminhar. Faz da tua forma uma descrição dos custos, a encaminha e iremos avaliar, assegurou Simoni.


O Vereador Roberto Braatz reforçou que a preocupação com o Hospital é para ontem. Na mesma linha Joacir Menezes (PMDB) lembrou que o último suspiro do Hospital foi alcançado pela Câmara. Já o Vereador Marcelo Cardona também questionou qual seria o melhor caminho técnico. Em resposta, Marcos Lobato, diretor da Secretaria explicou que vários aspectos devem ser analisados. Para tanto, é preciso que o Hospital forneça informações técnicas. Falta estrategicamente definir o que se deseja para o futuro do Hospital. Para iniciar esta caminhada, o primeiro passo é mantê-lo aberto, diz Lobato.


Quem esteve presente: Vereadores Ari Müller (PDT), Rose Almeida (PP), Roberto Braatz (PDT), Laureno Renner (PSB), José Alfredo Schmitz, Marcelo Cardona (PP), Joacir Menezes (PMDB), Marcos Gehlen (PT), OASE, Secretária de Saúde Ana Maria Rodrigues, União Montenegrina de Associações Comunitárias, Paulo Azeredo e Iolanda Hofstätter.