COMÉRCIO VIA TELEFONE CELULAR

 

 

Mobile commerce está chegando

Tema ficou entre as principais discussões de fórum mundial de varejo, nos Estados Unidos

Como comentei nesta coluna na semana retrasada, neste começo de ano aproveitei mais uma vez para visitar a maior convenção de varejo do mundo, a 100ª edição da NRF (National Retail Federation), que acontece todos os anos em Nova York. Diversos assuntos interessantes têm sido temas de palestras e debates e pretendo trazer a você, meu caro leitor, as melhores novidades, que podem lhe ajudar em seu trabalho e negócio. Tema muito discutido nesta edição de 2011 é o mobile commerce, ou comércio via celular. Segundo os dados da feira, até 2012, mais de 50% de todas as vendas em lojas estarão disponíveis, de alguma forma, via dispositivos móveis. Tal perspectiva abre caminho para que as empresas passem a pensar no pagamento por celulares com programas opcionais de marketing e fidelidade com a sua loja.

A popularização dos smartphones

Até o fim do ano, a previsão é de que mais de 50% de todos os aparelhos celulares existentes sejam. E o que faz celular ser smart? Segundo o CEO e fundador da Crone Consulting, LLC, Richard Crone, a resposta desta pergunta é o que está fazendo com que celulares mudem o jeito de se conduzir business no mundo. Crone diz que é o celular que tem internet e câmera. E isso faz dele mais do que canal de serviço (é considerado, na verdade, outros 16 canais, subdivididos em canais de abertura, conectores e de direcionamento próprio. No entanto, devemos lembrar que todos eles devem ser integrados com canais de serviços já existentes na sua loja). Assim, o celular não é um canal por si só. Por causa da era dos smartphones, os nossos consumidores estão mais exigentes e mais rápidos do que jamais vimos.
Segundo Crone, nos Estados Unidos, 48% dos consumidores tiram fotos dos produtos dentro da loja e, pelo celular, dividem essa informação com os amigos, seja em mensagem de texto com foto ou em redes sociais. Outros 16% usam celulares para pesquisas de preço. O estudo também mostrou que 57% dos usuários de celular nos Estados Unidos usam a internet pelo telefone móvel e 41% dos que ainda não têm acesso à internet pelo aparelho têm interesse em adquirí-lo nos próximos 12 meses. Além disso, 86% dos donos de smartphones acessam a internet pelo celular enquanto assistem televisão.

Pesquisas em tempo real

O mais interessante é como esses consumidores usam o celular dentro das lojas. Sessenta e oito por cento deles utilizam o aparelho para localizar a loja mais próxima. Outros 45% fazem pesquisa de preços de produtos, inclusive quando estão dentro da loja, para compararem com o seu concorrente. Outros 25% realizam todos processos da compra através do celular. Nos Estados Unidos é comum uso daqueles QR code, códigos que o consumidor pode escanear com o próprio celular e ter acesso a informações específicas sobre o produto. Em algumas lojas, cliente pode escanear o código de barras e checar preço do item on-line, verificar disponibilidade de cor e estoque. O número de adeptos a essa modalidade cresceu 700% desde janeiro de 2010.

Celular dentro da loja

Cerca de 3% de todo o tráfego on-line da Best Buy vêm de celulares, mas a taxa de conversão é 25% maior do que o website da empresa, porque é dentro da loja que se dá a maioria dos acessos. Outra coisa que temos que ter em mente é: o consumidor quer fazer pesquisa de preço pelo seu próprio celular e é ele que paga pelo uso dessa internet (você não precisa pagar por isso). Então, por que não prover informações? É o consumidor que está no controle! O estudo mostrou que quem pesquisa pela internet dentro das lojas gasta, em média, US$ 30 a mais por compra. Isso porque, na maioria das vezes, ao acessar o site ele recebe possibilidade de venda casada, anúncio ou propaganda com alguma promoção especial.
Mais do que nunca, as lojas têm que conhecer seu consumidor de acordo com as suas preferências, hábitos de consumo e estilo de vida. Os aplicativos para iPhone se multiplicam a cada dia e são exemplos de como expandir o seu e-commerce. Crone explicou que os quatro ‘Ps' do mobile commerce são: Place (lugar), Promotion (promoção), Preferences (preferências) e Payment (pagamento) e que os consumidores querem mais opções de pagamento por celular. Durante o processo de compra, abrem-se pelo menos três oportunidades de merchandising: enquanto o consumidor está abrindo o aplicativo, enquanto ele está autenticando o aplicativo ou escaneando o código e quando ele confirma a compra. Tudo isso pode ampliar os pontos de acesso do automarketing durante e após a venda. As lojas só precisam saber usar essa tecnologia a seu favor e não apenas com o objetivo de acompanhar as novas tendências, pois só assim elas conseguirão realmente ampliar e fidelizar parcela deste consumidor que está surgindo. E logo tudo isso será realidade no Brasil.
FONTE: dgabc.com.br