Viva o Casamento



CASAMENTO POR QUE ELE CONTINUA A VALER A PENA

Viva o casamento! Nos Estados Unidos, 60% dos casamentos acabam em divorcio, na Inglaterra, são 40%. No Brasil a incidência tambémm não para de subir, pois, segundo dados do IBGE, em 1985 um casal se divorciava para cada nove casamentos e em 1995, essa proporçãoo era de um divórcio para cada quatro uniões.

Mas esses números não interferem na incidência do casamento. O problema é psico-fisiológico, ou seja, tem um componente psíquico e um fisiológico (que todos têm) mantendo a vocação para casar. É mais ou menos como o jovem que, psico-fisiologicamente, acha que sua juventude vai durar para sempre. Em relaçãoo ao casamento, todos acreditam que não dão certo os casamentos dos outros. Dessa forma, quem se casa continua achando que seu casamento, só o seu, será para sempre.

Porque Casar?

Infelizmente e, curiosamente, perguntando para as pessoas porque elas estão se casando a resposta nem sempre (ou quase nunca) será porque nos nos amamos. Na maioria das vezes os motivos são outros: para não ficar sozinho(a), porque todos de minha idade se casam, porque faz tempo que namoramos e agora complicado nao casarmos... e assim por diante.

Sem dúvida, a motivação para o casamento pode ser diferente entre os sexos. Pamela Paul estudou essa questão através de entrevistas (The Starter Marriage and the Future of Matrimony - O Primeiro Casamento e o Futuro do Matrimônio). Excluindo a resposta padrão e unânime, não interessando aqui o grau de veracidade, de que todos estão amando, um dos principais motivos femininos é o medo de ficar só. Funcionaria como uma espécie de cura para a solidão e a sensação de vazio. O segundo maior motivo é o desejo de construir um lar que represente conforto e segurança. Finalmente, em terceiro lugar, boa parte das pessoas se casou porque viu os outros a sua volta também se casarem.

Com razões tão frívolas e fugazes, muito possivelmente esses casamentos estarão desfeitos em alguns anos. Segundo Ailton Amálio da Silva, 30% dos casamentos não resistem mais de 10 anos de união. Cerca de 90% dos jovens consideram um casamento feliz mais importante do que construir uma carreira ou ter filhos. Um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Ipea, usando números de 1996 coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que 69% dos jovens brasileiros com idade entre 25 a 35 anos tem um cônjuge.

Entre esses jovens, 31% vivem as chamadas uniões informais, ou seja, não são formalmente casados. Nunca foi tão grande o número de casais vivendo juntos sem passar pelo cartório ou pela igreja, caracterizando uma nova maneira das pessoas se relacionarem. Oito de cada dez homens separados se juntam a mulheres solteiras em média nove anos mais jovens que eles. Sete em cada dez matrimônios registrados no Brasil terminam em até dez anos. Uma mulher com menos de 30 anos e sem filhos volta a se casar três anos depois da separação. Se tiver filhos, esse tempo de espera para um novo casamento pode ser maior, em torno de quatro anos e meio.

Sinal dos tempos ou não, a motivação e os requisitos para que o casamento dá certo mudou muito. Houve épocas onde as juras de amor eterno era a motivação quase exclusiva para nutrir as expectativas de sucesso matrimonial, hoje fala-se em afinidades de personalidade.

As expectativas de sucesso no casamento não mudaram. Como dissemos, é psico-fisiológico e normal que a pessoa acredite que em seu caso tudo será diferente. Mas há, hoje em dia, uma consciência mais realista do *até que a morte os separe*. Casa-se por amor, evidentemente, como é praxe, mas outras coisas passam a ter um peso mais decisivo. O antigo quesito mulher obediente, caricaturizado na figura da mulher Amália, passou para sexo satisfatório para ambos. Até os provimentos do lar sofreram profunda modificação e o outrora marido provedor, orgulhoso e cumpridor de sua missão, dá lugar à divisão das despesas. Os filhos também deixaram de ser cuidados exclusivamente pela mulher no casamento atual.

Uma das mudanças profundas que sofreu a união conjugal foi a maneira dos casais lidarem com o prazer sexual. Não faz tempo em que o homem, estatisticamente mais comum, zelasse de uma mulher para casar e outra para realizar suas fantasias sexuais. Era a dicotomia casamento-prazer. Hoje, tanto o homem quanto a mulher sabem que essas duas coisas têm, obrigatoriamente, de andar juntas e a satisfação sexual bilateral é fundamental para a continuidade do casamento.
Fonte: www.psiqweb.med.br