O SUS DO OBAMA


Antes da Reforma


Cobertura: 83%da população

Quase um em cada cinco norte-americanos não tem acesso a seguro de
saúde, o que equivale a cerca de 54 milhões de pessoas. Apenas os
muito pobres e os idosos são cobertos por sistemas públicos de seguro
(Medicaid e Medicare, respectivamente). Os restantes dependem de
planos privados, normalmente associados ao posto de trabalho. A classe
média é fortemente penalizada: cerca de 60%dos casos de bancarrota de
particulares nos EUA são justificados com custos de saúde.

Custo: $2,26 bilhões por ano

Os EUA gastam por ano qualquer coisa como 2,26 biliões de dólares em
saúde, ou seja, cerca de 16%do PIB. Isso significa que, por habitante,
gastam mais que qualquer outra economia desenvolvida e, mesmo assim
têm dos piores sistemas de saúde. São por, exemplo, entre as economias
ricas, o país com maior taxa de mortalidade infantil e menor esperança
média de vida.

Défice: crescente e insustentável

O actual sistema está claramente subfinanciado. Preços demasiado altos
– quando comparados com a Europa, por exemplo – dos medicamentos e
serviços médicos prestados, aliados a impostos relativamente baixos
criam um desequilíbrio orçamental considerado insustentável pela
generalidade dos analistas.

Regras: seguradoras dominam

Neste momento as seguradores podem restringir o acesso a pessoas
doentes ou com um histórico clínico complicado ou exigir prémios muito
elevados nomeadamente às mulheres, por causa da gravidez. As empresas
também não têm qualquer incentivo ou penalização por oferecerem
seguros de saúde.


Depois da Reforma

Cobertura: 95% da população

O alargamento do acesso pelos mais pobres a seguros de saúde (através
do sistema Medicaid) pagos pelo orçamento público é a principal medida
a explicar o alargamento do acesso a protecção na saúde a 32 milhões
de norte americanos. Ainda ficarão de fora cerca de 23 milhões. A
cobertura subirá para 95% da população. O Governo ajudará também as
famílias, que não sendo pobres (que ganhem 88 mil dólares por ano),
têm dificuldades em pagar um seguro de saúde.

Custo: 940 mil milhões em 10 anos

Segundo as estimativas do Congressional Budget Office, esta proposta
de reforma fará o custo do sistema de Saúde crescer 940 mil milhões de
dólares até 2020, que será pago através de poupanças com cortes e
reajustes em programas federais (baixando os custos com o Medicare) e
com recolha de novas receitas fiscais. Durante a próxima década, novas
taxas (num total de 108 mil milhões de dólares) vão cair sobre
seguradoras, empresas fabricantes de medicamentos e dispositivos
médicos. Já as pessoas que ganham mais de 250 mil dólares por ano vão
pagar mais taxas para o “Medicare” e verão os impostos subirem.

Défice: corte de 138 mil milhões em dez anos

Um aumento dos impostos sobre o rendimento, um imposto sobre os
seguros de saúde mais caros (incentivando os mais baratos) e sobre as
empresas que não oferecem seguros de saúde são três das medidas
centrais de financiamento adicional do sistema de Saúde. Segundo o CBO
o défice da Saúde diminuirá em cerca de 130 mil milhões entre 2010 e
2019.

Regras: maior controlo público

As seguradoras deixam de poder recusar a concessão de um seguro a
pessoas com mau historial médico, e ficam limitadas nos preços que
podem cobrar. As empresas que não ofereçam seguros de saúde aos seus
funcionários serão penalizadas com uma taxa para financiar o sistema,
que pode subir aos três mil dólares por trabalhador. O mesmo se
aplicará às pessoas que optarem por ficar de fora. Por contraponto,
serão atribuídos benefícios às empresas que garantam assistência aos
seus trabalhadores.
Fonte: Jornal de Negócioa On Line