Segundo dados do Banco Central, o total de dívidas no cartão de crédito cresceu quase 20% em 2009 e chegou ao valor inédito de R$ 26,3 bilhões em dezembro do ano passado, o dobro do visto há três anos.
No final do ano passado, mais de 25% do crédito novo ao consumidor tinha origem no cartão. Desde 2008, essas operações já superam os empréstimos com crédito pessoal, incluindo financiamentos com desconto em folha de pagamento. Só o cheque especial movimenta mais recursos.
Parte desse dinheiro se refere às compras a prazo com parcelas fixas, que normalmente embutem taxa de juros menor que a do rotativo. Outra parte, no entanto, diz respeito a saques feitos no cartão e ao pagamento atrasado das faturas, sobre os quais incide uma das taxa mais caras do mercado. Segundo a Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças), os juros do cartão estão hoje em 10,7% ao mês, acima até da taxa média no cheque especial (7,5% ao mês).
A dificuldade das pessoas de administrar esse tipo de instrumento pode ser vista também nos dados de inadimplência. O cartão está entre as modalidades de crédito que apresentam as maiores taxas nesse indicador. Segundo o BC, em dezembro do ano passado, 27% das operações estavam com atraso superior a 90 dias --prazo mínimo para caracterizar inadimplência. A média de atraso nas outras linhas para pessoa física está hoje em 8%.
Fonte: Folha.com.br
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