Casas Bahia do RS



Especialistas analisam o que tirou a Casas Bahia do RS

Depois de cinco anos de presença, maior rede de lojas de eletrodomésticos e móveis do país encerra as operações no Estado


Uma gigante do varejo brasileiro naufragou no mercado gaúcho. Maior rede de lojas de eletrodomésticos e móveis do país, com faturamento de R$ 13,9 bilhões em 2008, a Casas Bahia não conseguiu superar as peculiaridades estaduais e confirmou ontem o fim de suas operações no Rio Grande do Sul.

As últimas cinco lojas em atividade (em Porto Alegre, Canoas e Caxias do Sul) fecharam as portas no último sábado. A derrocada veio cinco anos depois da entrada da empresa no Estado, após uma trajetória marcada por erros de estratégia na avaliação dos especialistas em marketing do varejo. O consenso é de que a companhia não soube se adaptar ao exigente público gaúcho, nem dar sotaque regional à sua comunicação.

– O consumidor gaúcho não se sensibiliza com qualquer tipo de apelo. O posicionamento da Casas Bahia é muito em cima da questão preço – diz Roberto Salazar, consultor de varejo e professor de ESPM-RS.

Os 45 autos de infração teriam sido a gota d’água

Aos poucos, a dificuldade de ganhar espaço no Rio Grande do Sul foi minando as forças da rede, que a partir de 2006 começou a fechar suas lojas gaúchas. O processo começou quando a companhia tinha 28 unidades, em 19 municípios, antes mesmo de atingir a meta de 30 programada na inauguração das primeiras quatro lojas, em outubro de 2004.

A gota d’água veio com 45 autos de infração da Secretaria da Fazenda, no valor de R$ 52 milhões, segundo comunicado divulgado ontem pela empresa. Os débitos são contestados pelo grupo. Em nota, a secretaria informou que os autos de infração referem-se a compras com cartões de crédito, cujas autuações estão sendo revistas, e o método de cálculo do ICMS, que está sendo questionado pela companhia.

Para o sócio-diretor da consultoria BrandWorks, Luiz Alberto Marinho, o fechamento pode ser um “recuo estratégico”. Como a rede foi recém adquirida pelo grupo Pão de Açúcar, a expectativa é de que a nova gigante do varejo brasileiro (reunindo as marcas Extra, Pão de Açúcar, Ponto Frio e Casas Bahia) concentre as operações no Estado na bandeira Ponto Frio (que tem 35 unidades no RS), adquirida em junho pelo grupo. O Pão de Açúcar informou que não vai comentar o assunto.
Fonte:João Guedes | zerohora.com.br

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