Intenção é que 129 câmeras e mais 19 leitores de placas aumentem a segurança na região
Letícia Barbieri | leticia.barbieri@zerohora.com.br
Com pouco mais de 3 mil habitantes, Pareci Novo não registrou homicídios, assaltos à mão armada ou sequestros relâmpago este ano. Mas se depender do prefeito Oregino José Francisco (PDT), a cidade será um dos 20 municípios do Vale do Caí completamente cercados por câmeras de monitoramento, já no começo do ano que vem.
Enquanto alguns municípios tentam se recuperar da ação de quadrilhas que passaram a aterrorizar pequenas localidade do interior gaúcho nos últimos meses – tendo como alvo as agências bancárias de cidades com pouco efetivo policial –, outros tentam se prevenir. É o caso dos que compreendem a Associação dos Municípios do Vale do Caí.
Em conjunto com a Brigada Militar, os prefeitos elaboraram um projeto para instalar câmeras de vigilâncias nos principais pontos de acesso das cidades. A intenção é que 129 câmeras e mais 19 leitores de placas aumentem a segurança na região. O governo federal já sinalizou com uma verba de R$ 15 milhões para a instalação dos equipamentos, mas o projeto ainda precisa de alguns ajustes e só deve ser assinado em novembro.
O clima de expectativa envolve a região que tem Montenegro e São Sebastião do Caí como as cidades mais populosas, de 60 e 21 mil habitantes cada, respectivamente. As pequenas Capela de Santana, Maratá, Brochier, Harmonia e São José do Hortêncio, por exemplo, somam pouco mais de 25 mil habitantes todas juntas, mas compartilham do entusiasmo.
O crime migra e evolui muito rápido, e essas cidades pequenas têm sido alvos de grandes quadrilhas. Nossa função é a prevenção. Estas câmeras permitem o acompanhamento de veículos e a agilidade para a polícia – enfatiza o comandante da Brigada Militar do Vale do Caí, tenente-coronel Aroldo Veriano da Silva, que assina o projeto.
Na pacata Pareci Novo, o prefeito Oregino Francisco é um dos mais animados com o projeto. Ele está à frente do Consórcio Multifuncional Intermunicipal Vale do Caí, que trabalha para unir as cidades da região no que diz respeito a saúde, educação, segurança.
É um projeto diferenciado porque não compreende apenas uma cidade, mas toda uma região – destaca.
Na cidade que Francisco administra, o clima é de paz. Brigada Militar e Polícia Civil dividem o mesmo prédio – e quase a mesma sala. Em frente ao prédio oficial da segurança pública na cidade, está o posto do Banrisul e do Sicredi – ambos vigiados por câmeras. Dessa forma, a futura rede de segurança seria uma atitude preventiva, avalia o comissário Renato Moraes, único policial civil da cidade.
Nas ruas, porém, há quem questione tamanho investimento. O caminhoneiro Pedro Rohr, 57 anos, utiliza as estradas e é a favor de mais segurança, mas queria ver mais investimentos na área da saúde, por exemplo:
Nós estamos tranquilos aqui. Para acontecer alguma coisa mais grave só se for gente de fora mesmo.
FONTE: ZERO HORA | PARECI NOVO