Acesso à internet por rede elétrica deve ser aprovado


Acesso à internet por rede elétrica deve ser aprovado. Regras para nova tecnologia de transmissão de dados estão em discussão em Brasília
Uma tecnologia presente em todas as cidades brasileiras está superando barreiras para abastecer as residências e empresas com internet de alta velocidade. Hoje, uma reunião pública da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai apreciar o regulamento da tecnologia Power Line Communications (PLC), que permite a transmissão de dados pela rede elétrica.

Embora a reunião possa vetar as regras, a agência deve aprovar o documento, discutido em audiência pública desde março. No entanto, não há previsão para que a PLC seja usada em larga escala. O primeiro empecilho será encontrar uma fórmula que permita a associação entre empresas que detêm as linhas de distribuição de energia e empresas de telecomunicações que farão a venda do acesso à internet.

Já está definido que as companhias de distribuição de energia não poderão operar sem um parceiro ou a criação de uma segunda empresa especializada. O regulamento prevê que parte dos lucros de aluguel dos fios seja revertida para o consumidor como desconto das tarifas de energia. O presidente da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), Sérgio Camps de Morais, diz que o assunto não é tratado como prioridade da empresa.

– Nosso foco é retomar um antigo projeto de criar uma empresa de telecomunicações. O PLC entraria como atividade agregada. Nosso projeto é mais amplo – diz Morais.

Alternativa já foi testada pela Procempa na Restinga

A nova empresa da CEEE usaria a rede de fibra ótica da companhia, que percorre 1,2 mil quilômetros do Estado, para fornecer banda larga. O projeto depende de um investimento de R$ 60 milhões para estender a rede em 1,3 mil quilômetros, o que cobriria praticamente todo o território gaúcho pelas linhas de transmissão já existentes. A PLC seria uma das formas para levar o sinal das redes aos clientes.

A Procempa, empresa da prefeitura da Capital, participa de um projeto de PLC na Restinga, onde a tecnologia foi testada para prover acesso a prédios públicos e entidades conveniadas. Segundo Lafaiete Everardi dos Santos, gerente de operações da empresa, o projeto mostrou que a PLC tem limitações, principalmente no Brasil, onde a rede é exposta a céu aberto e sofre interferências, como ligações irregulares (gatos) que atrapalham o sinal.

– Funcionou bem depois de muito ajuste – disse Santos.
FONTE: ZERO HORA.com