ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO FAZEM PARTE DA FAMÍLIA


Animais de estimação podem ajudar crianças a dosar o dinheiro
Além de tomar para si as tarefas como alimentação e limpeza, eles reservam parte da mesada para arcar com a bicharada

Todo adulto sabe que a empolgação das crianças em ter um animal de estimação significa risco de brigas quando a responsabilidade de cuidar do amigo bicho vira fardo. Nada disso acontece na casa do porto-alegrense Pedro Goulart Mallet, 12 anos.

Além de tomar para si as tarefas como alimentação e limpeza, Pedro reserva parte da mesada para arcar com os custos financeiros da bicharada que reuniu em casa. Consciente, aprendeu a priorizar o que acha necessário para os mascotes em detrimento de outros desejos da idade.

— Não é muito difícil. É só dar comida, limpar e trocar a água todo dia de manhã — diz.

São seis peixes, as tartarugas Franklin e Didi, a hamster Fofa e a cadela da raça lhasa apso Nina, de sete meses, reunidos no apartamento de três quartos em que Pedro mora com os pais e a irmã de quatro anos. Para manter os amigos alimentados, limpos e saudáveis, o garoto calcula uma despesa média inferior a R$ 100 por mês.

Pedidos insistente podem indicar dificuldades pessoais

Fazer um adolescente compreender a diferença entre o consumo necessário e o mero desejo é tarefa não muito simples. Um dos temas da série EconomiZHa, que será publicada até o final do ano por Zero Hora, necessidade e desejo vivem em luta constante. A psicanalista Márcia Tolotti, autora do livro As Armadilhas do Consumo, entende que os pais precisam compreender os pedidos dos filhos quando insistem em ganhar algo — um brinquedo, um tênis de marca, a roupa da moda. O ponto é mostrar que, na verdade, o desejo não é uma necessidade.

— Se uma criança quer algo para ser aceita no grupo e sentir-se mais segura, está mostrando alguma dificuldade para formar a personalidade. Ela na verdade pode estar dizendo outra coisa: que está faltando algo — diz.

Por gostar tanto dos bichos, Pedro não vê dificuldade em escolher entre um novo brinquedo ou mais um amigo. Ou vai poupando, mesmo que não tenha um plano definido. Pesquisa em várias lojas, reflete e, não raro, opta por manter as economias.

— O máximo que consegui economizar foi R$ 400, que eu gastei aos poucos — conta.
Fonte: zh.com.br