POUPANÇA


Saiba como recuperar as finanças

Especialista dá dicas para você sair do vermelho e retomar as rédeas das contas atrasadas

O assunto que está tomando conta da imprensa mundial é a crise financeira internacional. Bolsa cai, se recupera, despenca de novo. Dólar sobe, dólar desce. Se até os bancos estão sem dinheiro, que dirá nós, pobres mortais. E é por isso que é a hora de pensar em regularizar as finanças e conter os gastos.

Se você está precisando sair do vermelho, preste atenção a essas 11 dicas de Marcelo Lico da Costa, diretor da Macro Auditoria e Consultoria, que vão te ajudar a retomar as rédeas das contas atrasadas e não cair mais nas armadilhas do crédito fácil.

1. Quando o homem se vê endividado, a primeira coisa a fazer é saber o real montante da dívida que tem. Pegue lápis, papel e faça todas as contas. Por mais assustador que seja o resultado, é indispensável para tentar solucionar o problema.

2. O segundo passo é tentar renegociar com seus credores a dívida atrasada. Fazer um novo parcelamento e tentar abater ao máximo os juros e as taxas. Algumas empresas dão grandes descontos, caso o pagamento da dívida seja feito à vista. Descontam os juros e cobram apenas a dívida inicial. É uma boa alternativa, se for possível. E lembre-se: dá para pechinchar com qualquer tipo de credor, sim. Não custa tentar.

3. Se as taxas de juros do que você deve forem maiores do que as de um novo empréstimo, vale a pena fazer isso. Com dinheiro em mãos, você pode negociar grandes descontos para sanar seus débitos em parcela única. Assim, você pagará apenas o parcelamento do novo empréstimo que fez junto ao banco, com juros menores e sem tanta confusão.

4. As dívidas de cartão de crédito são as que mais assuntam, por causa dos juros altos. Para começar, não adquira o costume de pagar o valor mínimo da fatura. Esse é um vício que gera um valor cada vez mais impagável. Se a dívida está feita, negocie com a administradora. Atualmente, todas elas negociam – e parcelam – as dívidas.

5. Outro comportamento que é fácil de se acostumar e difícil de perder o hábito é usar o limite do banco, o conhecido cheque especial. A dica é solicitar ao agente financeiro que essa dívida – que possui taxas exorbitantes – seja substituída por outra, que terá pagamento em parcelas, com taxas pré-fixadas e inferiores às do cheque especial.

6. Os gastos com contas de consumo – como água, luz e telefone – precisam ser controlados, afinal, são itens básicos que, com a falta de pagamento, podem ser cortados. Não é comum algum tipo de negociação junto às concessionárias destes serviços. Exceto as de telefone, que costumam parcelar dívidas, porém, só quando estão atrasadas há um certo período, e até aí você já vai estar com ele mudo.

De qualquer forma, dependendo do caso, vale a pena tentar negociar as contas vencidas. Mas é importante utilizar tais serviços pensando preventivamente. Outra sugestão? Compare e aproveite, sempre que possível, as tarifas de cada operadora de telefonia.

7. Não caia na armadilha de cartões de loja e carnês. Eles são os primeiros que as pessoas deixam de pagar. E, o pior, muitos são pagos apenas dentro das lojas: o que te faz comprar mais ainda, pois cai em tentação. Caso a compra já tenha sido feita, mais uma vez, a dica é renegociar os prazos, sempre tentando diminuir o débito. O conselho do especialista, em uma situação mais drástica, é a venda o bem financiado a fim de liquidar a dívida, seja algo de maior valor ou até uma televisão, comprada por impulso.

8. Os financiamentos mais longos e de maior valor, como de casas e automóveis, precisam ser bem pensados. Nunca assuma parcelas muito justas ao orçamento, pois, com certeza absoluta, você terá imprevistos durante o pagamento dessas dívidas, que duram anos (em caso de imóveis, até décadas). Se sua renda diminuiu ou está difícil de pagar, renegocie a dívida. Se não for possível, tente refinanciar o bem. Assim, você prolonga o prazo do pagamento, com valores mensais menores que você consiga honrar.

9. Não há mágicas. Quem tiver dívidas elevadas, somente poderá tomar as rédeas de suas finanças renegociando-as de forma que os seus rendimentos, líquidos dos gastos de básicos e de sobrevivência, permitam liquidar o débito existente. Para não perder as rédeas, a pessoa deverá se planejar.

10. A primeira coisa a se fazer é ter um planejamento financeiro que permita vislumbrar o seu fluxo de caixa nos próximos meses (pode ser de 12 a 60 meses). Esse fluxo deve ser atualizado e monitorado constantemente, ensina Marcelo.

Tenha o hábito de lançar nessa planilha todos os seus gastos. Com todos eles na sua frente, fica mais fácil você perceber, ao longo dos meses, onde está estrapolando e onde pode fazer cortes. Os valores projetados devem ser comparados com os realizados, para que você consiga identificar possíveis distorções e corrigi-las para os próximos meses.

11. Defina um valor sobre sua remuneração mensal para ser poupado. Um percentual fixo (10%, por exemplo). Isso permite que a pessoa consiga comprar determinados bem com recursos próprios e em condições mais favoráveis de negociação. Somente precisa ter perseverança para fazer isso. É questão de hábito. Ao invés de sentir prazer ao gastar o dinheiro, sinta prazer ao conferir seu saldo da poupança: e ver que ela está cada dia mais gorda.

Fonte: iG.com.br Vladimir Maluf