Empreendedorismo sem planejamento é coisa do passado
Iniciar seu próprio negócio não é uma tarefa fácil. E quando o acesso a informações é limitado, o desafio torna-se ainda maior. Situação comum em áreas rurais devido a falta de recursos e a distância dos grandes centros urbanos.
Características como iniciativa, autoconfiança, gosto pelo riscos, responsabilidade e entusiasmo são comuns em pessoas empreendedoras. O empreendedorismo consiste na capacidade de tomar iniciativa, buscar soluções inovadoras e agir no sentido de encontrar a saídas econômicas e sociais.
Muitos querem ter seu próprio negócio. Deixar de ser empregado para ser micro-empresário é o sonho de boa parte dos brasileiros, o que coloca o Brasil entre os países mais empreendedores do mundo. Mas o que explica o grande percentual de morte das empresas? Segundo dados do Sebrae (2004), 49,4% dos novos negócios acabam nos dois primeiros anos.
Muitas são as causas, mas podemos dizer que há consenso quanto às falhas no planejamento. Por não estarmos acostumados a fazê-lo, agimos por impulso. Somos criativos e por isso tentados a pular esta fase e fatalmente perde-se o foco.
Existem várias maneiras de fazer o planejamento, desde o mais simples, usando cronogramas até os mais complexos como os chamados Planos de Negócios, um documento minucioso que detalha uma oportunidade de negócio.
Através deste documento é colocada a história do empreendedor, suas idéias e objetivos, de maneira organizada, evitando assim, que o empreendedor perca seu objetivo e tenha claro quais são as suas fraquezas e pontos fortes.
Analisar a viabilidade do negócio, criar uma equipe motivada e principalmente atrair recursos e parceiros, são os principais motivos para se ter um Plano de Negócios. Vários são os modelos que podem ser seguidos, mas alguns aspectos essenciais como a definir qual o conceito do negócio, análise de mercado e concorrentes são imprescindíveis para traçar planos de ação para lidar com as nuances do mercado e com a concorrência.
Uma vez que cada empreendimento é único em suas particularidades, este instrumento gerencial é fundamental para que o empreendedor conheça bem o seu negócio e tenha segurança nas tomadas de decisão.
Engana-se quem pensa que o Plano de Negócios vale apenas para novos empreendimentos. É extremamente útil para negócios já existentes, pois a morte de empresas também se dá em empresas consolidadas. Este fato mostra que não é um documento para ser engavetado mas deve ser utilizado no dia-a-dia e sofrer revisões pois o mercado é dinâmico.
Visando relacionar empreendedorismo com agroindústria familiar, podemos destacar o papel da Embrapa, que além de conduzir pesquisas em diversos setores, também tem investido na incubação de empresas e na orientação de pequenos negócios.
Um exemplo é o trabalho da Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro-RJ) junto a assentados do Norte Fluminense. O projeto tem como objetivo viabilizar a instalação de uma agroindústria para produção de açúcar mascavo, melado, rapadura e doces de abacaxi.
Desde 2005, técnicos e produtores tem investido no planejamento para vencer as etapas de concepção do projeto, articulação de parceiros, captação de recursos e execução das atividades. A iniciativa conta com a participação da Embrapa, Incra, Emater-Rio, Associação dos Pequenos Produtores Rurais da Fazenda Ilha Grande e Associação dos Pequenos Produtores Rurais de Marreca e Babosa. A agroindústria deverá dar início às atividades em março de 2009.
É da essência do empreendedorismo transformar idéias em negócios. Em um ambiente no qual a concorrência é grande e o custo do dinheiro é cada vez maior não há espaço para o acaso. É inerente do empreendedor o entusiasmo e a vontade de vencer, características essenciais, que aliadas a um bom planejamento não resultará em sucesso garantido, mas tornará o caminho menos tortuoso.
AUTORIA
Leandro Gonçalves de Souza Leão
Analista da Área de Comunicação e Negócios da
Embrapa Agroindústria de Alimentos
FONTE: agrosoft.com.br
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