DIEESE - FEE


Pesquisa: desemprego é maior entre negros na região metropolitana de Porto Alegre
Taxa de desemprego é de 20,6% para mulheres negras e 9,5% para homens brancos

Uma pesquisa do Dieese e Fundação de Economia e Estatística (FEE) mostrou que a taxa de desemprego dos negros e pardos é superior à dos brancos e amarelos. Os negros, grupo no qual o estudo inclui os pardos, tinham taxa de 17,4% e os brancos, classificação que inclui os amarelos, apresentavam uma taxa de 12,1%, com diferença de 5,3 pontos percentuais entre ambos.

O estudo sobre a presença dos negros no mercado de trabalho foi realizado sobre dados coletados Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo, e no Distrito Federal, em 2007.

Segundo a pesquisa, os negros ainda ganham menos dos que os demais. De acordo com o Dieese, as mulheres negras vivenciam dupla discriminação, por serem negras e mulheres, tendo o menor rendimento pago no mercado de trabalho.

A análise por cor e sexo indica que, em Porto Alegre, eram as mulheres negras as que mais tinham dificuldade de conseguir uma colocação no mercado de trabalho, com uma taxa de desemprego de 20,6%, em 2007. Os homens negros tinham taxa de desemprego de 14,4%, os homens brancos, 9,5% e as mulheres brancas, 15,2% no mesmo período.

Em relação à faixa etária, os dados mostraram maior diferença na taxa de participação no mercado de trabalho entre os idosos de 60 anos ou mais. Entre os negros, 16,6% trabalham nesta idade, contra 14,2% dos brancos. A pesquisa ressalta que a maior participação de trabalhadores negros idosos em atividades produtivas indica que estes têm a necessidade de prolongar a sua vida ativa.

Desiguladade por setor

Os números mostraram também uma desigualdade em relação à ocupação das vagas em diferentes setores do mercado de trabalho. No comércio, a proporção de ocupados brancos (17,3%) superava a de negros (13,4%). Na indústria, por sua vez, também era maior a presença relativa de pessoas brancas (19,4%) do que a de negras (12,7%).

Na construção civil, setor que emprega, em sua maioria, mão-de-obra de baixa qualificação, a parcela de negros era de 7,7% do total de ocupados deste grupo populacional e de 5,1% no caso dos brancos.

Já no emprego doméstico, em que as trabalhadoras encontram maior dificuldade de organização, baixa formalização na contratação e rendimentos menores, a proporção de trabalhadoras negras era de 29,7%, sendo esta muito superior à existente entre as trabalhadoras brancas (12,2%).

FONTE:ZEROHORA.COM