ESTRESSE


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Ilusões causadas por estresse podem afetar mercados, diz estudo
Pesquisadores americanos afirmam que a mente cria naturalmente ilusões e superstições em tempos de estresse e isso pode estar contribuindo para aumentar a crise financeira mundial, de acordo com artigo publicado na revista Science.

Os cientistas da Universidade do Texas e da Universidade Evanston, do Illinois, dizem acreditar que, ao enfrentar a sensação de que algo está fora de controle, o ser humano tenta impor a ordem de forma subconsciente, mesmo em situações onde não há nenhuma ordem.

Esse sentimento, de não ter controle da situação, pode levar as pessoas a interpretar de forma errada uma informação, de acordo com os pesquisadores.

Durante o estudo, os cientistas pediram que voluntários procurassem imagens escondidas em "figuras embaçadas".

Os que mais afirmaram ter visto uma imagem -mesmo quando ela não existia- foram aqueles cujas sensações de controle haviam sido abaladas antes.

Os cientistas afirmam que outros tipos de ilusão, de teorias de conspiração a superstições, têm origem no mesmo problema básico de subconsciente, e isso poderia contribuir para aumentar ainda mais a crise mundial.

Correlação
Em outra experiência, os cientistas entregaram a um grupo de voluntários uma página com o texto "Mares agitados no futuro dos investidores". Os outros participantes receberam o texto "Investidores terão jornada tranqüila".

Os voluntários também receberam declarações de duas companhias diferentes. A primeira fez 16 comentários positivos e oito negativos. A segunda fez oito comentários positivos e quatro negativos.

As duas companhias tinham a mesma proporção entre o número de declarações positivas e negativas. Mas os voluntários que receberam a manchete negativa, quando tinham que escolher onde investir, optaram em maior número pela primeira companhia.

Quando os cientistas pediram que os voluntários lembrassem as informações positivas e negativas novamente, os participantes preocupados com o cenário mais pessimista demonstraram a tendência de superestimar a quantidade de informação negativa a respeito da segunda companhia.

Os cientistas concluíram que os voluntários cujas sensações de controle foram prejudicadas formaram uma "correlação ilusória" entre sentimentos negativos e a companhia com menos comentários, e tomaram suas decisões baseadas nesses sentimentos.

"Imagino que muitos corretores estão usando uma 'camisa da sorte' atualmente, ou caminhando de um jeito para ir ao trabalho na esperança de que isso vai melhorar a sorte", afirmou o professor Adam Galinsky, um dos autores do estudo.

Segurança
Os cientistas afirmam que, quando técnicas e terapias psicológicas foram usadas para fazer com que os voluntários se sentissem mais seguros, os efeitos no momento de decisão desapareceram.

"Não adianta falar que estavam errados, precisamos fazer com que eles se sintam seguros", diz Galinsky.

Para o professor Cary Cooper, pesquisador de estresse em locais de trabalho na Universidade de Lancaster, na Grã-Bretanha, decisões racionais são difíceis em um ambiente onde existe muita pressão.

"Esses corretores deveriam ser racionais, mas certamente eles não são", avalia Cooper. "Se sentem que não têm controle, eles não vão analisar a informação que recebem de maneira correta."

FONTE: BBC Brasil.com