BARACK OBAMA


Deus salve a América

É notável o poder da religião na política americana,
mas a fé tem influência nula na vida pública do país


André Petry, de Nova York

Charles Rex Arbogast/AP
Obama: ele reza e lê a Bíblia, mas 12% dos eleitores acreditam que ele é um servo de Alá

O republicano John McCain, batista, 71 anos, considera-se um "cristão", e não um "cristão evangélico". Costuma ir à igreja, mas não "tanto quanto deveria". De uns tempos para cá, seus assessores na campanha eleitoral diligentemente informam à imprensa quando o candidato vai à igreja, para que a foto não seja desperdiçada. O democrata Barack Obama, 46 anos, batizado na fé cristã depois de adulto, reza todos os dias, de vez em quando lê a Bíblia e agradece a Deus antes das refeições.

Todas as informações acima vieram a público nos últimos dez dias. Na política dos Estados Unidos, não se passa mais que um curto intervalo de tempo sem que a religião, ou um assunto correlato, dê o ar de sua graça no debate eleitoral. Na Europa rica, menos da metade da população acredita em Deus. Na França, os devotos não chegam a 30%. No Japão, só nesta década já foram fechados 600 templos budistas. Mas nos Estados Unidos, ao contrário do que se passa nos países desenvolvidos, a religião é altamente popular e um tema recorrente. Uma pesquisa do Pew Forum on Religion & Public Life informa que quase 90% dos americanos acreditam em Deus e que mais de 70% vão à igreja com uma freqüência que varia de uma vez por semana a algumas vezes por ano. Não há país rico mais devoto que os Estados Unidos.
FONTE: VEJA.COM