- A inadimplência acima de 90 dias do crédito sem garantia - que não sai direto do salário - chega a ser quase o dobro daquela medida em todo o mercado.
A conclusão faz parte de cálculo realizado pelos economistas da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), Emílio Alfieri e Marcel Solimeo. De acordo com os especialistas, enquanto a inadimplência acima de 90 dias medida pelo Banco Central foi de 7,3% do total emprestado pelos brasileiros em maio, a inadimplência das dívidas sem garantia atingiram 14,1%.
Entre os empréstimos com garantia, está o crédito consignado, em que há desconto na folha de pagamento, ou seja, há garantia maior de que o consumidor irá pagar. Já entre aqueles sem garantia, estão os para a compra de móveis e eletrodomésticos. `São concedidos mais para a menor renda, até três salários mínimos`, explicou Alfieri.
Sinal amarelo
De acordo com o economista, o dado da inadimplência não é tão alarmante quanto no passado, mas é como um `sinal amarelo`, tanto para quem vai conceder o empréstimo quanto para quem irá tomá-lo.
Questionado sobre o ritmo da inadimplência este ano, ele disse que, provavelmente, tende a crescer moderadamente, uma vez que a taxa de juros suba gradualmente para conter a inflação. `O efeito para o consumidor, se isso acontecer, deve ser visto no ano que vem`, afirmou.
Para exemplificar um cenário ainda calmo, ele disse que, no mês de maio, a inadimplência líquida foi de 9%, ante 5,7% em junho, tendo em vista que no quinto mês do ano as pessoas ainda estão se recuperando das dívidas adquiridas no final do ano anterior.
Quando analisados os mesmos meses de 2007, por sua vez, é registrado crescimento. Em maio do ano passado, a inadimplência líquida estava em 8% e, em junho do mesmo ano, em 5,1%.
Fonte: Infomoney.
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