A criação de um cartão específico para pagar o aluguel e substituir o fiador nesses contratos pode diminuir o preço da locação de apartamentos e casas. A projeção é do presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP), José Augusto Viana Neto, que tem mantido contato freqüente com a Caixa Econômica Federal para se informar sobre o novo sistema.
O banco informou na quinta-feira que o lançamento do chamado "Cartão Aluguel" deve ocorrer brevemente.
O interesse da Caixa está no universo de 6,5 milhões de brasileiros que têm contrato de aluguel atualmente, segundo o Ministério das Cidades. Para esse grupo de clientes, o banco federal pode, no futuro, oferecer o financiamento imobiliário, segmento em que é líder de mercado. Na quinta-feira, o vice-presidente de Governo da Caixa Econômica Federal, Jorge Fontes Hereda, anunciou em São Paulo que o cartão aluguel "está montado", mas não divulgou detalhes sobre o produto.
"Temos uma expectativa extremamente positiva para o início do sistema", disse Viana Neto. Ele diz que o cartão vai reduzir os riscos de inadimplência. "Com mais segurança, acredito que muitos podem voltar a olhar para os imóveis como uma alternativa de investimento", disse, ao comentar que há quem deixe de investir em casas e apartamentos pelo temor de não receber o pagamento.
Para o representante dos corretores, a segurança maior dada ao proprietário pode aumentar o estoque de unidades para alugar. "Assim, o preço cobrado pode cair porque o mercado é regulado pela oferta e procura", explica Viana Neto. Segundo ele, as conversas mantidas com a Caixa apontam para um produto voltado à classe média e baixa, com rendimento de até cinco ou seis salários mínimos - até cerca de R$ 2,5 mil.
"Muitas pessoas nessa faixa de renda não têm como comprovar renda e não têm fiadores. Com o cartão, a situação muda", disse o presidente do Creci de São Paulo. Outra vantagem apontada pelos corretores é o custo da modalidade. Segundo Viana Neto, as conversas com a Caixa mostram que o cartão aluguel será mais barato para o locatário do que as opções atuais: o seguro-fiança e o título de capitalização que cobre casos de inadimplência. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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