80 milhões de brasileiros possuem alguma dívida
Cerca de 80 milhões de brasileiros devem hoje algum dinheiro a bancos e outras instituições de crédito, de acordo com dados do Sistema de Informações de Crédito do Banco Central. Com 42% da população do país endividada de alguma forma, o BC está preocupado com o risco que esta situação pode trazer ao sistema financeiro do país. Ela é resultado direto da expansão do crédito vivida hoje pelo Brasil.
A autoridade monetária está especialmente incomodada com a subida do número de clientes de banco com dívidas altas, acima de 5.000 reais. Segundo informa uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo deste domingo baseada em dados do sistema do BC, 15,6 milhões de pessoas deviam 5.000 reais ou mais em fevereiro deste ano.
Em dezembro de 2005, estes endividados eram 10,6 milhões. Ou seja, de lá até o início de 2008, os clientes de bancos com dívidas altas cresceram 47,17%. De acordo com os números do Banco Central, em fevereiro, a dívida das pessoas físicas com os bancos somava 442,4 bilhões de reais. Destes, 146 bilhões (33%) tinham prazo de vencimento em até 180 dias e 74,7 bilhões (16,8%) venciam em até 360 dias.
Na média, segundo informa o diário paulista, cada cliente tem três dívidas diferentes. Os brasileiros financiam a casa, o carro, e ainda fazem mais uma dívida alta em outra operação de crédito – como o consignado, um empréstimo pessoal ou o uso do cheque especial e do rotativo do cartão de crédito. Nos 12 meses anteriores a fevereiro, houve crescimento de 24,1% no volume de financiamento de automóveis e de 25% do crédito para a compra da casa própria. O crédito consignado aparece em primeiro lugar, com 31,9%, no ranking dos empréstimos que mais crescem.
No mesmo período, aumentou 30,4% o uso do rotativo do cartão de crédito – quando o consumidor não paga o valor total da fatura no mês. Só essa modalidade de dívida responde por 15,9 bilhões de reais do total devido aos bancos, mesmo com os juros exorbitantes do cartão de crédito. Junto com os do cheque especial, eles são apontados como os mais altos do mercado. Quem apela para este tipo de “empréstimo” são as pessoas que não têm mais como pagar as dívidas.
FONTE: VEJA
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