SEGURANÇA

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Guarda municipal anda desarmada

No Rio de Janeiro, traficantes portam metralhadoras e fuzis. Para enfrentá-los, PMs sobem morros em veículos blindados e usam armas comuns em guerras - há momento em que o Rio vive de fato uma guerra civil.

É nesse contexto que 5.516 guardas municipais atuam. E acredite: eles não portam armas. A justificativa é de quem entende do assunto. Tenente-coronel da PM, Carlos Moraes Antunes, há sete anos à frente da superintendência da Guarda Municipal do Rio, acha que é uma "falácia imaginar que mais armas resultam em menos violência":

- Se fosse assim, o Rio seria o Éden - defende o oficial da reserva.

Sem armas na cintura, guardas concentram suas ações no entorno das 1.059 escolas municipais, que atendem 756 mil alunos. Também realizam patrulhas nas praias, fiscalizam prédios públicos, coíbem delitos. Mas o núcleo das ações é mesmo a comunidade escolar.

- No Rio, a violência é como uma torneira que não pára de pingar. Temos de colocar uma carapeta nova para acabar o vazamento.

Uma das ações é o projeto Pais Sociais. Crianças vítimas de violência doméstica são hospedadas por guardas municipais que residem em escolas. Há 13 casais abrigando 130 vítimas.

Pelas características da criminalidade, Antunes tem dúvidas de que a taxa de 39 homicídios para grupo de 100 mil habitantes seja reduzida no Rio a partir de ações da guarda municipal. Mas está convicto de que o papel educativo contribui para uma mudança de cultura.

- As ações da guarda mostram para os rapazes da favela que há alternativas além do tráfico.