Dia internacional
da Mulher
Sim, temos muito a
comemorar nesta data!
Há alguns dias uma
pessoa me disse que não via sentido na existência para um Dia da Mulher, pois
se as mulheres querem a igualdade, não tinha lógica esta comemoração, e que isso
era coisa do passado, bandeira de feministas militantes e
raivosas.
É claro, certamente
vendo sob o olhar do hoje, não identificaríamos tantas razões para justificar
uma data como esta, com a qual se está a demarcar uma condição de gênero, e isso
exatamente quando se busca a igualdade nos direitos.
Entretanto, devemos
ver sob o contexto histórico, da luta da mulher (e dos homens que estiveram
sensíveis à esta), que necessitaram romper conceitos e preconceitos, para
chegarmos à realidade que hoje vivenciamos, onde homens e mulheres, sem
distinção de gênero, constroem as relações sociais e comunitárias, e juntos
estão lutando pelas transformações necessárias ao mundo onde
vivemos.
A comemoração,
portanto, não é uma divisão ou agressão entre gêneros, e sim um reconhecimento,
uma reafirmação das conquistas civilizatórias, onde todos somos beneficiários,
e, para as quais, a contribuição da mulher foi, e é, inestimável.
Referir as
conquistas e as transformações sociais de hoje, é reconhecer o protagonismo
exercitado por muitas mulheres, as quais foram verdadeiras mártires, e, oportuno
se registre, os seus atos não só visavam à causa feminina (feminista) em si, mas
também às causas sociais e globais, pois a defesa que faziam propunha evoluir
conceitos, repensar a forma e as relações em sociedade.
Mas, se hoje nem
sequer cabe questionar a importância e o papel fundamental desenvolvido pela
mulher na sociedade contemporânea, é sempre oportuno lembrar que isso nem sempre
foi assim. Não precisamos nem retroagir muitos séculos, bastam algumas décadas,
para verificarmos que existiam verdadeiras aberrações, onde direitos elementares
eram sonegados às mulheres, o que também as limitava no exercício de atividades,
colocando-as como cidadãs de segunda categoria.
E pensar que no
início do século que acabamos de transpor as mulheres não tinham direito ao
voto, que lhes era restrito o acesso ao ensino superior, que inúmeras atividades
profissionais vetavam expressamente a sua participação.
A mudança desta
realidade, com a universalização dos direitos, o voto igualitário, a abertura de
espaços para a atividade das mulheres nos diversos campos da atividade
profissional, não só foi uma conquista das mulheres, mas, como referi
anteriormente, foi uma conquista da sociedade como um todo, pois entendo que a
ocupação dos espaços, e o protagonismo das mulheres nos diversos campos das
atividades, trouxe maior sensibilidade, um outro olhar, e exercício
diferenciado, o que, em outras palavras, pode ser definido como visão holística,
onde todos saímos ganhando.
Na medicina, na
engenharia, na política, só para citar algumas áreas, e especialmente na
justiça e na solução de conflitos, segmento com o qual atuamos, a ativa
participação das mulheres mudou positivamente a realidade.
Especificamente na
solução de conflitos, a mudança de mentalidade que hoje se faz presente no
judiciário brasileiro, estimulando as soluções através do diálogo e da mediação
conciliadora, teve a contribuição decisiva de uma mulher. Falo da Ministra Ellen
Gracie, que quando presidenta da nossa mais alta Corte de Justiça Brasileira,
proclamou ao Brasil que esta é a melhor solução.
No caso dos Fóruns
de Mediação e Justiça Comunitária das Seccionais do TMA/RS, o papel das mulheres
também é inconteste, pois elas são sustentáculos da nossa filosofia
institucional, participando ativamente, dirigindo Seccionais, e atuando como
verdadeiras agentes da paz social.
Portanto, neste
dia, e a cada dia, pelo papel que as mulheres exercem na construção de um mundo
melhor, mais justo, mais humano e solidário, temos muito a
comemorar.
Fraternalmente.
Roque
BAKOF
Presidente Estadual
do TMA/RS
Porto Alegre, RS,
07 de Março de 2012