Agricultores Argentinos Protestaram com seus Tratores em frente à sede da Cia. de Cereais Americana Cargill


Agricultores argentinos protestaram nesta sexta-feira com seus tratores em frente à sede da companhia de cereais americana Cargill, na cidade de Rosário, à qual acusam de prejudicar os pequenos produtores.

O chamado tratoraço se realiza no quinto dia da paralisação comercial em todo o país, convocada por quatro entidades patronais agropecuárias que reivindicam um "preço justo" pelo trigo e que sejam totalmente liberadas as cotas de exportação do cereal, do qual a Argentina é o quarto vendedor mundial.

No protesto desta sexta, do qual participaram centenas de pessoas, inclusive 30 produtores com seus tratores, a Cargill, maior exportadora agroindustrial da Argentina, foi acusada de pagar aos produtores um valor muito inferior ao do mercado pela tonelada de trigo.

Assim como o resto das multinacionais, a Cargill paga aos agricultores 220 pesos (55 dólares) a menos pela tonelada de trigo — disse Cristian Roca, titular sindical da Federação Agrária Argentina (FAA), que organizou o protesto.

A manifestação foi realizada em frente a um amplo complexo portuário da Cargill às margens do rio Paraná, perto da cidade de Rosário (310 km ao norte de Buenos Aires), onde se situa o maior centro de embarque de grãos da Argentina.

A FFA destacou que 30.000 pequenos produtores deveriam vender a tonelada de trigo a 900 pesos (225 dólares), mas que os grandes moinhos de farinha e os exportadores a compram a 650 ou 700 pesos (US$ 175).

A paralisação, a nona do setor durante o governo de Cristina Kirchner, se realiza até domingo, também demanda a supressão total das cotas de exportação do trigo, que foram elevadas recentemente a sete milhões de toneladas, a metade do total da colheita prevista para 2011, uma das mais altas dos últimos anos.

A Argentina, uma das potências em produção de alimentos, é o terceiro exportador mundial de soja, o segundo de milho e o quarto de trigo.

FONTE: ZH Dinheiro