"O BRINCAR NA EDUCAÇÃO"




ARTIGO: O BRINCAR NA EDUCAÇÃO


Se desenvolver competências nos alunos é a palavra de ordem da educação moderna, é através do "brincar" que o professor se coloca no lugar de seus alunos e escolhe os meios de interessar sua turma pelo saber, com ferramentas para a compreensão do mundo e o agir sobre ele.

Segundo Masaharu Taniguchi, em seu volume 14 da coleção A Verdade da Vida (Seimei No Jisso), o qual trata sobre a Pedagogia da Seicho-No-Ie, as brincadeiras devem ser proporcionadas às crianças, para que se direcione corretamente a incontida energia vital das mesmas. Brincadeiras estas que, ao mesmo tempo, exijam o uso da inteligencia e da energia física. Com isso é despertado um maior interesse naquilo que as crianças estão fazendo e haverá um treinamento tanto físico como mental. No entanto, observa o autor, há necessidade de se tomar cuidados para que não haja excesso de exercícios mentais que venha em prejuízo do desenvolvimento físico. Apresenta como argumento o fato de muitas pessoas terem se dedicado somente aos estudos durante a infancia e a adolescência, sem obterem êxito na vida. Isto porque o excessivo treinamento mental as fizeram perder o espírito da alegria, prejudicando o crescimento físico e social. Assim, segundo Masaharu Taniguchi, as atividades e as diversões que exijam dose adequada de exercício mental são mais interessantes do que simples exercícios físicos.


As atividades lúdicas as quais introduzem os alunos no mundo da leitura, lhes possibilitam maiores chances de sucesso tanto escolar quanto no aspecto social. Bons leitores são bons alunos em qualquer disciplina destaca um artigo da revista Nova Escola, de março de 2005.


As brincadeiras podem fazer parte do planejamento diário de todo o professor, não importando a disciplina ou a area de atuação. E constituem ótimas oportunidades para o professor desenvolver a atenção, a memória, a discriminação auditiva, a coordenação motora, a escrita e o raciocínio matemático. São elas preciosas auxiliares do professor para a garantia de aulas atraentes e de êxito na aprendizagem. O reaproveitamento de materiais recicláveis tais como galões plásticos, na criação e na interpretação de personagens de contos de fadas; jogos nos quais são mudadas as regras de brincadeiras já conhecidas pelos alunos; dobraduras que transformam a sala de aula num Zoológico; a criação de uma "gibiteca" na escola, tudo colabora para o despertar da imaginação, da criatividade e da autoestima do aluno. Competições em que são criadas poesias, com ou sem rimas, conduzem ao gosto pela escrita textual.


Aliás, nas revistas "Nova Escola" há inúmeras sugestões de como o professor poderá trabalhar jogos e brincadeiras, transformando o espaço escolar num local prazeroso para que as competências e os saberes se desenvolvam naturalmente. Algumas destas sugestões: "Eu já sei ler Gibi" (dezembro, 2007), “A Escola forma escritores, sim” (maio, 1999), "Era uma Vez... o maravilhoso mundo dos contos de fadas e seu poder de formar leitores (setembro, 2005), "Estas Emílias animaram a aula e o recreio" (novembro, 1999), "Como conduzir seus alunos de todas as idades e series pelo fascinante mundo da Física" (abril, 2005), "Para um bom texto jogue as fichas" (outubro, 1995), “Álbum de fofocas, assim dá gosto estudar" (dezembro, 1995), Sucata: "Galões, o que fazer com eles" (maio, 1997).


"O lúdico integra as atividades, mas não se pode confundir as aulas com brincadeiras sem objetivos". (Nova Escola, setembro, 1993).




(Delci Maria Coitinho Alves, professora de Português e Literatura; pós- graduação em Linguagem e Cognição: Leitura e Produção de Textos, UNISINOS)