PARADA GAY


Com tom político, Parada Gay lota a Paulista; organizadores esperam 3,2 milhões de pessoas

Sem atraso e com viés político. Foi assim que começou a 14ª edição da Parada Gay, na avenida Paulista, em São Paulo. A edição deste ano tem o seguinte tema:
Vote contra a homofobia. Defenda a cidadania. Os organizadores esperam reunir neste domingo até 3,2 milhões de pessoas.

Por toda a avenida, bandeiras, cartazes - alguns protestando contra a postura de políticos evangélicos na Câmara Federal - gravatas e pulseiras levam as cores do arco-íris.
Políticos como o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), e Marta Suplicy (PT) devem aparecer. A ex-prefeita convidou a pré-candidata Dilma Rousseff (PT) para o evento, mas sua presença não foi confirmada. O mesmpo acontece com José Serra (PSDB), que no ano passado acompanhou Kassab na avenida.
Não pensem em candidatos que só prometem. Temos que votar em quem defende nossos direitos e os direitos humanos como um todo, disse Alexandre Santos, presidente da APOGLBT (Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo).
Para ele, a exigência mais urgente da comunidade GLBT é a criminalização da homofobia em todo o país. Vocês viram o número de pessoas mortas no ano passado. Não podemos mais ter isso, afirmou.
Santos criticou a postura de alguns senadores, sem dar nomes, que segundo ele, teriam vetado a lei que iguala a homofobia a crimes como racismo. Em época de eleição todo mundo promete. Queremos candidatos que estejam do nosso lado, reforçou.
Ao ser questionado se a crítica era dirigida à senadora e pré-candidata à Presidência da República, Marina Silva (PV), que nesta semana declarou ser contra o casamento gay mas favorável à união estável, Alexandre disse que não. Não é uma crítica a Marina. É para todos os partidos, todos os candidatos.
Parada começa sem atraso
Pontualmente ao meio-dia, o som dos trios elétricos começou a dar o tom da 14ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo. E nessa festa ninguém quer se esconder. Dezenas de pessoas exibem fantasias e um visual feito para chamar atenção. Pode olhar que hoje não tô cobrando, gritava ao lado de um dos trios um Capitão América um pouco acima do peso.
Casais heterossexuais também desfilam sem problemas pela avenida. É um dia de cores, o dia deles, disse a estudante Maíra Ribeiro, que pela terceira vez assiste a parada ao lado do namorado. E também crianças, que parecem se divertir com as figuras a caráter que a parada reúne.
Na avenida, nada anima mais o público do que a música "Bad Romance", da cantora Lady Gaga, mesmo se ela for tocada pela quinta vez seguida. A música é repetida em diversos trios e sempre levanta o público. Mas, o número de sósias da cantora, musa dos fashionistas e do público GLS, ainda é pequeno.
Nos 20 trios, além de órgãos governamentais e ONGs ligadas à comunidade gay, sindicatos marcam presença com o objetivo de trazer mais seriedade ao evento, que hoje é visto mais como festa do que como ato de protesto. De acordo com a diretora do SEESP (Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo), a participação do sindicato - pela quinta vez - quer ajudar a trazer de volta o tom político da parada. Não é só festa, tem uma questão política que a parada traz que muitos esquecem. Nós e os trios de outros sindicatos queremos reforçar isso. Ao lado do SEESP, desfilam trios do Sindicado dos Comerciários e CUT - Central Única dos Trabalhadores.
Para reduzir a violência e aumentar a segurança da parada, a Guarda Civil Metropolitana colocou 600 guardas nas ruas e 130 veículos, sendo 23 bases comunitárias, 92 viaturas e 15 motos, que acompanharão todo o trajeto da parada até as 23h.
A polícia também irá proibir a venda ilegal de bebidas, bloqueando o acesso de ambulantes à avenida. Mesmo com a proibição, dezenas de ambulantes vendendo objetos como bandeiras, gravatas e broches e outros com isopores nas mãos foram vistos ao longo da avenida.
Interdições
A região terá algumas ruas interditadas neste domingo (6) (veja ao final do texto as alternativas). A concentração dos participantes será feita na avenida Paulista, entre a alameda Joaquim Eugênio de Lima e a rua Peixoto Gomide. A passeata sairá da avenida Paulista, sentido Consolação, entre a rua Peixoto Gomide e alameda Casa Branca, prosseguindo em direção à rua da Consolação, sentido Centro, finalizando a caminhada junto à praça Roosevelt.
A partir das 11h30: avenida Paulista será interditada, em ambos os sentidos, no trecho entre as ruas Peixoto Gomide e da Consolação. A partir das 12h: rua da Consolação será interditada, em ambos os sentidos, entre as avenidas Paulista e a Ipiranga; rua da Consolação, sentido Centro, pista da esquerda, será interditada entre as avenidas Ipiranga e São Luis; rua Rego Freitas será interditada entre as ruas da Consolação e a Major Sertório; avenida Ipiranga será interditada entre a rua da Consolação e a avenida São Luís.
O estacionamento será restrito nas ruas: Cincinato Braga, São Carlos do Pinhal, Antonio Carlos, Alameda Santos e Rua Bela Cintra, com o intuito de oferecer melhores condições de trânsito na região.
FONTE: UOL