LEI que proíbe contratação de imigrantes ilegais


Cidade do Nebraska aprova lei que proíbe contratação de imigrantes ilegais


Fremont já tinha tentado aprovar legislação semelhante em 2008

A cidade de Fremont, no Estado americano do Nebraska, aprovou nesta segunda-feira uma legislação que proíbe a contratação e o aluguel de imóveis para imigrantes ilegais, aumentando a polêmica em torno da questão nos Estados Unidos.

A legislação, aprovada em um referendo com cerca de 57% dos votos, é resultado de uma campanha iniciada dois anos atrás, diante da preocupação dos moradores com o aumento da população hispânica nessa cidade de 25 mil habitantes.

Segundo estimativas, o número de hispânicos em Fremont, que era de apenas 165 pessoas em 1990, já chega a cerca de 2 mil, a maioria trabalhadores atraídos por empregos em fábricas de processamento de carne nos arredores da cidade.

Os apoiadores da medida dizem que a nova legislação vai proteger o acesso da população local a emprego, saúde e educação e reclamam do fracasso do governo federal em resolver o problema da imigração ilegal.

No entanto, críticos afirmam que a lei vai dividir a cidade e alimentar a discriminação. A expectativa é de que a lei seja contestada na Justiça, já que nos Estados Unidos as questões ligadas a imigração são de responsabilidade do governo federal, não de Estados ou municípios.

Em 2008, um vereador local já havia proposto legislação semelhante, que na época foi rejeitada por pequena margem em um referendo.

Os moradores descontentes com o resultado daquela votação coletaram mais de 3 mil assinaturas e conseguiram que a Suprema Corte do Estado, que fica encravado bem no meio do país, aprovasse a realização do novo referendo, nesta segunda-feira.

Arizona

O debate ocorre em um momento em que a questão da imigração ganha destaque nos Estados Unidos.

No final de abril, uma lei assinada pela governadora do Arizona, que torna crime estadual a presença de imigrantes ilegais e dá a polícia poderes para interrogar e pedir documentos de pessoas consideradas suspeitas, desencadeou uma série de protestos em todo o país por parte de críticos que consideram a medida discriminatória.

A lei do Arizona só deve entrar em vigor no fim de julho, mas já provocou boicotes ao Estado e contestações na Justiça.

O próprio presidente Barack Obama criticou publicamente a lei em diversas ocasiões.

Nem todos, porém, são contra. Pesquisas de opinião mostram que a maioria dos americanos aprova medidas como a do Arizona, e vários Estados analisam a adoção de legislações semelhantes.

Reforma

A questão da imigração é um dos principais problemas enfrentados por Obama, que foi eleito com grande apoio da população hispânica.

Calcula-se que 12 milhões de imigrantes ilegais vivam nos Estados Unidos.

Obama disse que faria da reforma das leis de imigração uma das prioridades de seu governo, mas a resistência da oposição republicana no Congresso, especialmente às vésperas das eleições legislativas, torna pouco provável que uma mudança na lei seja aprovada ainda neste ano.

FONTE: BBC BRASIL.COM